A maratona é seguramente uma das provas mais duras do atletismo e da esfera olímpica. São 42 km a correr e por si só já merece respeito. Sem contar com outras variantes, como o clima. Que podem ajudar ou prejudicar a performance dos atletas.
Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, nos Estados Unidos da América (EUA), em 1984, houve uma atleta da maratona que ficou para a história. No caso de Portugal, esse nome é indiscutível: Rosa Mota, medalha de bronze.
Mas agora, imbuído do espírito dos Jogos do Rio de Janeiro, ressurgiu outro nome. Gabriela Andersen-Schiess, atleta da Suíça, participava aos 39 anos na primeira maratona feminina da história das Olimpíadas.
A prova realizou-se a 5 de agosto de 1984 às 08h00. Los Angeles já é uma cidade quente, mas no verão ainda mais. Nesse dia estavam 32 graus e um nível grande de humidade.
Gabriela fez a maior parte do percurso sem problemas, mas na reta final começou a sentir dificuldades. O calor e o facto de não ter bebido água na última oportunidade que tinha deixaram-na desidratada.
Já no estádio, onde fazia ainda mais calor, cambaleava e estava demasiado desorientada. “A minha cabeça ainda funcionava. Sabia para onde tinha de ir e o que tinha de fazer. Continuava a dizer para mim própria: ‘Continua a correr, continua a lutar’, mas os meus músculos não respondiam”, recordou.
A atleta suíça continuou a lutar, mesmo sabendo que os “músculos não respondiam à cabeça”. “Sabia que se parasse ou me sentasse era o fim. Só estava determinada em chegar à meta”, explicou.
Acabou por cortar a meta e foi logo amparada por médicos. Ficou em 37º lugar entre as 44 atletas que acabaram a maratona.
O estádio aplaudiu-a de pé. Gabriela Andersen-Schiess contou, em entrevistas posteriores, que ficou constrangida porque achou que não se saiu bem nem merecia estar nos Jogos. “Senti-me mal por estar a receber tanta atenção”, confessou.
O mundo não quer saber. Foi o final mais inesquecível de uma maratona por ser um exemplo de determinação e força. Reveja aqui esse momento:
