Foi um momento que marcou o último dia dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O atleta da Etiópia Feyisa Lilesa, medalha de prata na maratona masculina, acabou a prova cruzando os braços sobre a cabeça. O gesto, associado à resistência dos Oromo, fez com que criasse uma polémica.
É que ao fazer o gesto mostra que o atleta, que depois confirmou a sua tomada de posição, está do lado da sua tribo Oromo na luta contra a injustiça. Aqueles têm sido perseguidos e mortos em vários protestos que decorrem por todo o país.
Só que o ato, repetido depois no pódio e em entrevistas, podia custar-lhe a liberdade ou a vida se voltasse para Etiópia, segundo o próprio afirmou.
Por isso Feyisa pondera junto da sua família pedir asilo a outro país. O que já desencadeou um movimento de apoio.
Foi aberta uma campanha que já arrecadou 120 mil dólares em dois dias para que o maratonista etíope possa pedir asilo a outro país e não precise retornar à Etiópia.
“Estamos a convocar todos os etíopes e advogados de direitos humanos para contribuírem para apoiar o maratonista Feyisa Lelisa, que exibiu heroísmo extraordinário ao se tornar um símbolo internacional dos protestos dos Oromo e do Movimento pela Liberdade da Etiópia depois de vencer uma medalha no Rio. Feysia será perseguido se voltar à Etiópia e decidiu procurar por asilo”, refere o texto da campanha.
O chefe das comunicações do governo etíope, Getachew Reda, garantiu à imprensa local que o atleta não sofrerá represálias se regressar ao país.
Veja aqui as fotos da polémica e se quiser contribuir para a campanha clique aqui: