Os números da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) são claros! Entre 2013 e 2015 a tendência no número de casos de homens vítimas de violência doméstica que pedem ajuda tem vindo a crescer. Em Portugal, esse universo aumentou quase 15%.
Nos dados agora divulgados, percebe-se ainda que a maior prevalência é na população sénior, com idades superiores aos 60 anos.
Neste âmbito, a associação decidiu avançar com uma campanha especialmente direcionada para os homens porque este fenómeno também faz parte da realidade que compõe a violência doméstica.
“Sabemos que estatisticamente as mulheres ainda são mais vítimas deste crime do que os homens, mas aquilo que temos vindo a reparar nos nossos números é que entre 2013 e 2015 houve um aumento de quase 15% de denúncias de homens adultos vítimas de violência doméstica junto dos nossos gabinetes de apoio à vítima”, adiantou Daniel Cotrim, assessor técnico da direção da APAV.
Os dados estatísticos mostram que, em 2013, 395 homens recorreram aos serviços da associação, número que caiu ligeiramente para 393 em 2014 e que chegou aos 452 em 2015. No total, 1.240 homens pediram ajuda por terem sido vítimas de violência doméstica. Em 56% dos casos denunciados, vítima e agressor têm uma relação conjugal.
De acordo com o responsável, os casos de violência doméstica nos homens têm características específicas, que os distinguem da violência doméstica nas mulheres, já que são situações em que impera a violência psicológica.
Os números divulgados mostram que em 38,2% dos casos denunciados houve maus tratos psicológicos e em 25% maus tratos físicos.
Relativamente às características do autor das agressões, os dados da APAV mostram que em 60,8% dos casos são mulheres, com idades compreendidas entre os 35 e os 54 anos (32,2%).
Daniel Cotrim explicou ainda que que o mote da campanha é falar daquilo que muitas vezes impede os homens de apresentarem queixa quando são vítimas de violência doméstica: a vergonha.
