O novo secretário-geral da ONU deu a sua primeira entrevista desde que foi escolhido para liderar as Nações Unidas. António Guterres disse à France24 o que espera fazer neste mandato e o que o fez concorrer.
“Uma questão de dever mas também uma questão política”, disse em relação à vontade de se candidatar.
António Guterres diz que sentiu necessidade de ter uma intervenção mais ativa, mais política, sobretudo depois de nos últimos 10 anos, como Alto Comissário para os Refugiados, e de toda a experiência profissional.
O ex-primeiro-ministro entende o cargo “não como senhor do mundo mas sim como um organizador, como um mediador, como um construtor de pontes, um mediador honesto que vai tentar unir as pessoas – sempre com humildade”.
Sobre a Síria renova um sério apelo à Rússia, aos Estados Unidos, à Síria e a todos os envolvidos no conflito: “é preciso parar com o conflito”.
“Esta é uma guerra em que ninguém está a ganhar. É uma tragédia para o povo sírio, é uma ameaça para a estabilidade da região e é uma ameaça para a segurança de todos em toda a parte”, resumiu.
“As diferenças entre [os diversos Estados com influência no conflito] são mínimas quando comparadas com o interesse na paz”, sublinhou.
Depois de salientada a questão da paridade e da igualdade de género, António Guterres afirma que a diferença entre pessoas nunca devia ser encarada como aspeto negativo.
O português foi escolhido formalmente em Nova Iorque na Assembleia-Geral da ONU para liderar a instituição nos próximos 4 anos (a posse será a 1 de janeiro de 2017), sucedendo assim ao sul-coreano Ban Ki-moon.
António Guterres to focus on strengthening the international community's capacity to prevent and solve conflicts. pic.twitter.com/nKKj1Sh9G8
— United Nations (@UN) 15 de outubro de 2016