Mais de duas semanas depois de ter sido anunciado o prémio, a reação.
Bob Dylan finalmente falou, depois do silêncio absoluto que reinou estes dias, sobre o facto de ser o Nobel da Literatura por “ter criado novas expressões poéticas na grande tradição da canção americana”.
“Incrível. É difícil de acreditar”, disse o autor-compositor norte-americano, de 75 anos, ao jornal britânico ‘The Telegraph’, acrescentando que “ficou sem palavras”.
“Quem sonharia com algo sim?”, indagou Bob Dylan numa entrevista divulgada esta sexta-feira.
Quanto às declarações da secretária-permanente Sara Danius, que comparou a sua obra à de Homero ou Safo, o norte-americano respondeu assim: “Suponho que sim, de certa forma. Algumas [das minhas] canções – “Blind Willie”, “The Ballad of Hollis Brown”, “Joey”, “A Hard Rain”, “Hurricane”, e algumas outras – são definitivamente homéricas em valor”.
O músico também garantiu que vai estar presente na cerimónia de entrega de prémios, que decorre em Estocolmo, capital da Suécia, a 10 de dezembro. “Absolutamente. Se for de todo possível”, revelou.
Esta entrevista vem assim pôr termo às acusações que Bob Dylan foi alvo desde que se anunciou o prémio.
Ora porque houve quem estranhasse a decisão da Academia Sueca, ora porque o cantor não tinha reagido ao Nobel, levando o escritor sueco Par Per Wastberg – e elemento da Academia – a classificá-lo de “rude e arrogante”.
