Desde que começou o julgamento que opõe Manuel Maria Carrilho a Bárbara Guimarães, descobriu-se que a família e os amigos mais próximos da apresentadora da SIC sabiam que esta era vítima de violência doméstica.
A irmã e os pais de Bárbara já falaram isso mesmo em tribunal. E agora foi a vez do ex-namorado, Ernesto Neves, mais conhecido por Kiki Neves.
O antigo Ministro da Cultura terá até estendido as agressões verbais e ameaças ao empresário.
“Serás capado, não escaparás”, terá escrito Carrilho numa sms enviada a Kiki Neves.
Kiki, que também é assistente no processo onde acusa o arguido de ameaças contra a sua integridade física, revelou tudo numa audiência de julgamento esta semana.
“Mudei a fechadura e montei um alarme. Tenho receio do que ele possa mandar fazer. Ele tem um historial, segundo sei, de capangas. Isso é algo que transcende qualquer pessoa. Ainda hoje, quando abro a porta do carro tenho cuidado. Deixei de andar de bicicleta de estrada, com receio de ser atropelado. Eu vivo em preocupação constante”, contou em tribunal, tendo as declarações sido reproduzidas pela comunicação social.
As mensagens escritas começaram a ser enviadas desde que iniciou o namoro com Bárbara e só terminaram com a queixa que apresentou na Polícia Judiciária.
O empresário revelou ainda ter assistido a uma agressão verbal e física de Carrilho a Bárbara, em 21 de maio de 2014.
“Fui acordado pela Bárbara que me perguntou se não tinha ouvido uns barulhos, lá em baixo. Ela desceu, pensei que podiam ter sido as crianças que acordaram (…) Quando de repente, ouço os gritos: ‘O que é que estás a fazer dentro da minha casa? Vai já para a rua!’”, lembrou à juíza.
Ao descer as escadas, Kiki viu “o agressor a agarrá-la e a Bárbara a ser mandada contra a parede” e expulsou-o para fora de casa, depois de Carrilho o ter tentado também agredir e de ter chamado a própria ex-mulher de “puta, estúpida, ladra e analfabeta”.
A polémica continua no tribunal, onde o ex-casal também está a definir a custódia dos dois filhos: Dinis, de 12 anos, e Carlota, de seis anos.
Dinis, que fugiu de casa da mãe para ir viver com o pai, que detém a sua custódia temporária, tinha dito que a “mãe bebia muito”, entre outras acusações. O advogado da apresentadora, Pedro Reis, disse mesmo, durante as alegações finais, que se Dinis fosse seu filho “levava umas lambadas e pontapés no rabo” por falar assim da mãe.