Como se costuma dizer, o que se leva desta vida é a vida que se leva. Esta é a máxima. Resta interpreta-la e cada um fá-lo-à à sua maneira…
Muitos gostam de ser os porreiraços darem-se bem com Deus e o Diabo, mamar dos dois pratos da balança, sugando o melhor dos dois mundos e rindo-se dos demais. Conseguem passar incólumes, não gostam é de ser desmascarados ou perder as benesses, mas se tal acontecer, será sempre o mundo a conspirar contra si com total injustiça.
A humanidade nunca foi boa, mas atualmente está pior. Um erro justifica-se com o erro dos outros, nem serve de absolvição.
Cada vez mais, a democracia é ficar calado, não levantar ondas, fazer jogos de bastidores, atirar a pedra e esconder a mão e deixar andar, isto é o saber viver atual. E não faltam especialistas!
Quando a vitoria está próxima, lá aparecem como se fossem fundadores de causas, mas quando toca a fazer algo, dar a cara, não conseguem deixar de ser ratazanas de engorda.
Mudar de lado consoante a maré, conhecer e encostar-se quando se está em alta para depois fazerem como judas, é especialidade desses tantos… Mas a vida é incompatível com unanimismos, a não ser para estes sem personalidade e convicções.
É por isso que temos o país que temos, que merecemos e também as gentes que temos. É por isso que se premeia o aproveitar, os tachistas, as cunhas, os favores.
Não tenhamos medo de ser diferentes, tenhamos medo de ser iguais a todos esses cobardes que vagabundam na babugem, embrenhados no lodo, único espaço em que se sabem mover.
Este escriba não consegue andar no mundo sem observar e analisar o que o rodeia, não quer ser porreiro nem andar de mão dada com a sujidade…
Vou ali, convictamente, tirar um apontamento, até terça!