Um nome incontornável da representação. Capaz de levar o seu país além fronteiras, o ator é frequentemente associado ao papel que o notabilizou em Hollywood: Jesus. Apesar dos créditos, Diogo Morgado mantém-se um homem despretensioso.
Aos16 anos dava os primeiros passos na televisão nacional. Quem não se lembra do jovem ‘Miguel’ naquele que foi o primeiro telefilme português. Estávamos no ano 2000. Ao lado de Ana Padrão o jovem protagonizava uma história de um amor proibido entre um rapaz de 15 anos e uma mulher muito mais velha, numa altura em que a pedofilia era assunto tabu.
Seguiram-se outros projetos. Primeiro na RTP, depois na TVI e finalmente na SIC, estação à qual esteve ligado nos últimos anos.
Diogo Morgado está de regresso a Portugal, onde não abraçava um projeto “há quase quatro anos”, volta também ao canal de Queluz de Baixo para dar vida ao protagonista de ‘Ouro Verde’ novela que irá substituir ‘A Única Mulher’.
À margem de polémicas por força da mudança, garante estar “muito satisfeito” com o que aí vem. “Estações são as casas dos projetos e eu fiquei muito entusiasmado com o que me foi apresentado”, justifica, explicando que vai “fazer coisas que nunca fiz na vida”.
Numa altura em que voltar à representação nacional era um desejo, o ator sublinha que só “uma coisa boa e que não fosse fácil” o levaria a deixar em stand-by uma série de outros convites “cá e lá [Hollywood]”.
“Eu aceitei este projeto não só pela minha parte, mas porque está muito bem conseguido”, referiu.
“Não são os recursos que ditam a qualidade de um projeto”
Na pele de Zé Maria Magalhães, Diogo sente que, de alguma forma, se irá pôr à prova. “Ele é um estudante de agronomia que a dada altura passa por uma enorme tragédia [a morte dos pais] e isso muda uma pessoa. O processo vai transformá-lo e é muito interessante ver e trabalhar o resultado”, garante sublinhando a dinâmica da novela que abordará vários assuntos como a questão da problemática da floresta amazónica ou o drama das crianças com cancro.
Habituado a trabalhar com outro tipo de meios e cachets, afiança que “com muito pouco é possível contar uma boa história”. “Eu tanto posso trocar de roupa num atrelado como no café da esquina, isso não importa. Não são os recursos que ditam a qualidade de um projeto”, explica mostrando o lado humilde que sempre o caraterizou.
Afastado de Hollywood por tempo indeterminado, Diogo Morgado não teme ser esquecido além fronteiras:”O risco para mim seria não fazer e Hollywood nem se lembra de mim, nem nunca estive na ideia deles”.
Curioso e preocupado com a aceitação do público à sua personagem e à nova trama da TVI, mostra-se consciente que o seu percurso poderá criar maiores expectativas. “Quero servir as pessoas da melhor forma possível”, salienta.
Assim, ao lado de Joana de Verona, o eterno ‘Jesus’ promete dar o seu melhor.
Regresso em família
Estabelecido nos Estados Unidos há vários anos, Diogo Morgado voltou a “assentar arraiais” no seu país de origem. Com ele vieram a mulher, Cátia Oliveira, e os dois filhos: Santiago, de sete anos, e Afonso, de cinco meses.
Embora sinta que nunca saiu de facto de Portugal, garante que “é bom” voltar de malas e bagagens.
Ainda a disfrutar das delícias de ter um bebé em casa, o ator explica que “ajuda em todas as tarefas”: “Faço tudo! Sempre tive muita sorte porque tanto quando o Santiago nasceu como agora com o Afonso, coincidiu estar disponível nos primeiros meses de vida deles”.
Reservado no que à sua vida pessoal diz respeito – o casal nunca foi fotografado junto – Morgado não se coíbe de falar dos seus rebentos, garantindo que a família “está feliz”.
Fotos: Sílvia Santos