Costuma-se dizer que algumas pessoas têm mais predisposição para sofrer de depressão do que outras. Pois fique a saber que isso é mesmo biológico. E até já foi identificada a sua causa no cérebro.
O córtex orbitofrontal (zona do cérebro associada à integração sensorial, às expectativas e à tomada de decisões) é o responsável pela doença. Quem o garante é uma equipa de cientistas da Universidade de Warwick, no Reino Unido, e da Universidade Fudan, na China.
Segundo as análises que fizeram a 909 pessoas, através de ressonâncias magnéticas, a sensação de perda e de baixa auto-estima está ligada ao funcionamento daquele córtex.
“A nossa descoberta, aliada aos dados que recolhemos, permite-nos localizar as raízes da depressão, o que poderá abrir novas portas para tratamentos terapêuticos para esta doença horrível”, explicou o psiquiatra Jianfeng Fend, que liderou a equipa.
Do grupo de pessoas avaliadas, 421 tinham um diagnóstico de depressão e as restantes não apresentavam qualquer sinal da doença.
Os exames mostraram que a depressão está relacionada com a atividade neuronal de duas porções diferentes do córtex orbifrontal: a parte mediana e a lateral.
A porção mediana funciona quando recebe recompensas. Se acontecer algo bom, essa parte ativa-se e sentimo-nos bem.
Já quem tem depressão tem mais facilidade em reviver experiências negativas e mais dificuldade em sentir-se bem consigo mesmo. Nestes pacientes, os medicamentos que tomavam para a doença conseguiam enfraquecer a ligação que dá ênfase às experiências negativas.
As conclusões do estudo foram agora publicadas na revista científica ‘Brain’.