Em 2005 Portugal conheceu Rúben Rua. Na altura com 19 anos, dava os primeiros passos no mundo da moda.
Hoje, um década depois, o manequim tornou pública a decisão de abandonar as semanas de moda nacionais, após 22 edições consecutivas de ModaLisboa e Portugal Fashion: “Não poderia ter imaginado um melhor final: Na minha cidade [o Porto], com o criador que me deu a possibilidade de ser manequim, Miguel Vieira”.
A Move Notícias falou com Rúben sobre o passado, o presente e as apostas para o futuro.
“A moda vive de renovação”, começou por sublinhar o jovem nortenho. “Esta foi uma decisão difícil, muito ponderada e emocional. Acho que o fim está sempre presente na nossa vida e eu sempre pedi a mim mesmo que pudesse decidir qual seria o meu próprio final”, justifica crente que “chegou a hora de dar espaço a uma cara nova”.
Com outros projetos em mãos, garante que este “é um dos melhores momentos da minha vida e da minha carreira”.
“Sempre tive planos alternativos e acredito mesmo que quando fechamos uma porta já devemos ter algumas janelas abertas”, conta sublinhando que “a apresentação é a minha grande aposta”.
“Sonho alto mas com os pés assentes na terra”
Rúben não esconde o desejo de vingar nesta nova área que tem vindo a abraçar no último ano. Com provas dadas, quer na RTP2 quer na TVI e até em eventos ligados à moda, como é o caso das finais do Elite Model Look, o manequim alimenta o sonho de “ir mais além”.
“Sempre tive sonhos muito altos, mas com os pés bem assentes na terra. Não sou iludido, apenas acredito em mim e sei o que posso e o que não posso fazer”, conta determinado: “Se puder ser o melhor apresentador do mundo, eu vou ser”.
Ciente do “longo caminho” que ainda tem pela frente, desvenda que “em menos de dez anos” gostava de estar à frente de um programa seu: “Um projeto em prime-time, num canal generalista, era tudo o que poderia desejar. É o sonho de qualquer apresentador!”
Mas as mudanças na vida do manequim não ficam por aqui e “no final do mês de novembro virão aí mais novidades”. As boas-novas prendem-se com uma ideia antiga onde irá juntar as várias vertentes da sua vida.
Enquanto não chega a altura certa para desvendar o que aí vem, faz um balanço da última década.
“Tenho um sentimento de dever cumprido, não fazia nada diferente”, alegou recordando que concretizou todos os sonhos enquanto manequim: “Em Portugal fiz tudo o que podia ter feito como modelo, inclusivamente ganhei um Globo de Ouro, internacionalmente trabalhei em todos os mercados do mundo, ou nos principais, e desfilei para os melhores criadores internacionais”.
“Tenho um coração cheio e um livro de memórias do mais rico que algum dia podia ter sonhado”, enfatiza.
“Há sempre tempo para o amor, mas a prioridade é o meu percurso profissional”
Dedicado, Rúben Rua está focado em garantir o seu lugar na apresentação nacional. De tal forma que, questionado sobre os assuntos do coração, lança um “é complicado” para justificar o facto de estar solteiro.
“Não sou uma pessoa fácil. Sou muito exigente comigo e com os outros, tenho um ritmo complicado e atualmente estou sempre a trabalhar”, justifica salientando que “há sempre tempo para o amor e quando as pessoas querem, conseguem. Mas a minha prioridade é o meu percurso profissional”.
Crente que “um dia as coisas vão acontecer naturalmente” e assumindo o risco de um dia olhar para trás e pensar que desleixou a vida pessoal em prol da carreira – “não se pode ter o melhor de dois mundos” – não põe de parte a hipótese de “voltar a casar, ter filhos e tudo mais”. “Não tenho ninguém porque ainda não encontrei a pessoa certa”, conclui.
Fotos: José Gageiro