Álbuns da Semana

Um adeus precedido pelo regresso ao jazz e uma parceria luso-brasileira de sucesso

“Day Breaks” é o sexto disco de estúdio de Norah Jones, chegou às lojas no passado dia 7 de outubro e foi produzido pela própria cantora e compositora norte-americana, de 37 anos.

Com o piano a marcar a sonoridade do álbum, este trabalho marca o regresso de Norah Jones às raízes jazzísticas, depois das passagens bem-sucedidas pelo country, folk, blues, rock e pop.

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Quanto às letras das músicas de “Day Breaks”, essas primam pela melancolia derivada de uma atualidade difícil, recheada de violência e desespero. Mas também não faltam os alertas para mudar o caminho pelo qual o mundo segue, rumo à destruição.

A esperança de que o mundo se torne um sítio melhor está bem presente no tema “Carry On”, que foi o primeiro single deste álbum e o tema que lhe deixamos para ouvir aqui:

Passando do jazz norte-americano à música popular brasileira, protagonizado por um fadista português, deparámo-nos com “Até Pensei que Fosse Minha”, um álbum de António Zambujo que não é bem dele…

Expliquemos: neste disco, o fadista, de 41 anos, interpreta 16 músicas de… Chico Buarque. E difícil foi fazer a seleção, uma vez que o conceituado músico brasileiro tem um reportório de aproximadamente 100 temas.

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Em suma, este trabalho surge em jeito de homenagem àquele que Zambujo considera ser “um dos maiores compositores da história da música”, sendo que a voz do próprio Chico Buarque também está presente no tema “Joana Francesa”.

Lançado no passado dia 21 de outubro, neste álbum, em dueto com António Zambujo, também cantam Carminho e Roberta Sá. E, no sentido de aguçar-lhe o apetite para uma obra bem conseguida, sugerimos o tema “Injuriado”:

E para terminar as nossas sugestões da semana, vamos ao octogenário Leonard Cohen. O novo álbum do canadiano, de 82 anos, soa também ele a despedida.

“You Want It Darker” é não só o nome do disco como também de um dos temas e é precisamente aí, no refrão dessa música, que se encontra o sugerido “adeus” do cantor, compositor, poeta e escritor: “Estou pronto, meu Senhor.”

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Irónico como é, esse pré-aviso do fim pode não passar de um golpe de marketing, sendo certo, ainda assim, que este trabalho está recheado de melodias profundas e marcantes, cantadas por uma voz incomparavelmente grave e um pouco mais rouca do que o normal.

Deste que é o 14.º álbum de estúdio de Cohen, um cantor que começou como poeta e só depois dos 30 anos de idade, na década de 60 do século passado, enveredou pelo mundo da música, destacamos e despedimos-nos com o tema “It Seemed The Better Way”: