Desta vez não é só Yoko Ono que é metida ao barulho, mas também Linda McCartney, a primeira mulher de Paul.
John Lennon escreveu uma carta a McCartney, pouco depois de sair dos Beatles, onde lhe dirige, bem como à mulher daquele, críticas duras.
A carta, uma resposta a outra enviada por Linda, terá sido escrita antes de Lennon e Yoko viajarem para os Estados Unidos da América em 1971 e vai ser vendida agora em leilão.
Segundo Robert Livingston, representante da leiloeira, as duas páginas escritas à mão poderão custar 18 600 euros.
“Este documento captura a rivalidade intensa entre os dois homens nos meses, e anos, após o fim dos Beatles”, disse o representante.
Uma rivalidade e um mau-estar que se estende às respetivas companheiras.
“Espero que percebas as merdas que tu e o resto dos meus ‘simpáticos e generosos amigos’ têm feito desde que eu e a Yoko estamos juntos”, escreveu John Lennon, que se confessou chocado por ter recebido uma carta agressiva da mulher do ex-colega.
No meio de tantas outras acusações, o autor de ‘Imagine’ critica Paul McCartney por achar que a imprensa estava “abaixo de mim ou de ti” e por ser “louco” ao ponto de considerar que “toda a arte moderna surgiu por causa dos Beatles”.
Pelas duas páginas da missiva, onde aparece uma crítica de Lennon a Linda em cada parágrafo, nomeadamente de não deixar Paul escrever, é percetível a questão de se divulgar publicamente ou não a saída de John da banda.
“Eu não tenho vergonha dos Beatles – (eu comecei tudo) – mas de algumas das merdas que fizemos para torná-los tão grandes – eu pensei que todos nós nos sentíamos dessa forma em graus variados – obviamente não”, apontou o companheiro de Yoko Ono.
“Obviamente se eles me continuarem a fazer perguntas dos Beatles, eu vou responder. Eles perguntam-me sobre Paul e eu respondo. Sei que algumas vezes fica demasiado pessoal – mas se tu acreditas ou não, eu tento responder diretamente – e os pedaços que eles usam são obviamente os pedaços ‘sumarentos’. Eu sei que os Beatles são “pessoas muito agradáveis” – eu sou um deles – mas eles também são tão grandes bestas como qualquer outra pessoa”, continuou.
“Paul e Klein disseram-me que o melhor era nada dizer [sobre a saída dos Beatles] porque podia “prejudicar os Beatles”. Portanto coloque isso na sua pequenina mente perversa, Sra. McCartney”, concluiu John, despedindo-se da seguinte forma: “Apesar de tudo, amo-vos aos dois”.
