Nos últimos anos tem havido em Portugal um aumento de doenças respiratórias crónicas, que são responsáveis por um grande impacto na vida dos doentes e por elevados custos diretos com a saúde.
Este fenómeno deve-se tanto ao aumento da esperança média de vida como aos efeitos do tabagismo a nível respiratório.
Estas doenças atingem cerca de 40% da população portuguesa, sendo a mais comum a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) que afeta 14,2% dos portugueses com mais de 40 anos.
No âmbito do Dia Mundial da DPOC, que se assinala a 16 Novembro, tentamos perceber um pouco melhor sobre a doença, como pode ser prevenida e também o que deve ser melhorado no diagnóstico e no tratamento.
Sabe-se que 10% a 15% dos fumadores vêm a sofrer de DPOC, sendo os hábitos tabágicos responsáveis por 90% dos casos desta doença que faz com que os doentes apresentem menores níveis de oxigénio no sangue, o que vai causando a falência dos vários órgãos.
Os ex-fumadores e qualquer pessoa exposta ao fumo do tabaco (fumadores passivos) são também potenciais doentes. Também a exposição continuada a irritantes ambientais aliada a alguma predisposição genética constitucional levarão ao surgimento da doença.
Falta de ar, tosse, expectoração, respiração ruidosa, cansaço são os sintomas de alerta desta doença que evolui limitando bastante a vida diária dos doentes que se vêm confrontados com um quadro de incapacidade.
Já muito se ouviu falar sobre a DPOC, mas pouco sobre a importância da Reabilitação Respiratória para estes doentes. Uma intervenção adequada na doença de DPOC deve envolver a prevenção (promover a cessação tabágica nos fumadores e a vacinação para prevenir as infeções respiratórias influenza e pneumocócica), o tratamento farmacológico para reduzir os sintomas, a frequência e a gravidade das agudizações; e a reabilitação respiratória, intervenção fundamental em todos os doentes com dispneia e a diminuição da tolerância ao esforço nas atividades da vida diária.
As doenças do aparelho respiratório têm uma elevada prevalência representando, no seu conjunto, a terceira principal causa de morte no mundo, representando cerca de 19% dos óbitos.
Estima-se que em 2020 as Doenças Respiratórias sejam responsáveis por cerca de 12 milhões de mortes anuais.