A polémica instalou-se em agosto de 2015. A médica do Chelsea entrou no relvado num jogo com o Swansea para assistir o belga Hazard, numa altura em que a equipa dos ‘blues’ jogava com menos um. A assistência médica obrigou à saída temporária de outro atleta da equipa de José Mourinho e este insultou Eva Carneiro. A partida terminou com um empate (2-2).
Ela acabou por ser afastada da equipa pelo treinador português e depois optou mesmo por rescindir o seu contrato com o Chelsea. Processou o clube e o técnico por “discriminação sexual” (o ‘Special One’ foi filmado a dizer ‘Filha da p…’) e chegou a recusar um acordo proposto por Mourinho, no valor de 1,2 milhões de libras (cerca de 1,5 milhões de euros).
Eva Carneiro, que agora trabalha na sua própria clínica em Londres, revelou ter sido vítima de ameaças de morte e de violência sexual depois de sair do Chelsea.
“Apesar de não estar presente nas redes sociais – penso que fiz uma publicação uma vez na vida -, algumas ameaças de violência sexual e de morte apareceram. Eles [os agressores] aparentam ser cobardes sem rosto e muitos deviam responder perante a lei”, contou ao jornal ‘Daily Telegraph’ numa entrevista publicada este sábado.
A médica, de 43 anos, acabou por chegar a acordo com José Mourinho e consumou a saída do clube londrino, que lhe pediu desculpas “sem reservas”. Mas continua a lutar para erradicar o sexismo do futebol que, diz, a deixa “assustada”.
“Quando procurei especialistas em treino de alguns desportos [para dizer que ia processar o clube e Mourinho por discriminação sexual], os meus colegas homens acharam surpreendente. Houve muita conversa para chamar a atenção para o meu género ou objetificar-me. Disseram-me que havia um limite para a minha progressão na carreira, que me assustou, por ser uma conversa mais apropriada para a década de 1950”, rematou.