Esta quarta-feira, 16, Hillary Clinton fez sua primeira aparição pública em Washington desde o seu discurso de derrota, há uma semana.
À margem do evento da organização ‘Fundo para a Defesa das Crianças’, onde começou a sua carreira há mais de quatro décadas, a mulher de Bill Clinton surgiu com um ar visivelmente abatido e desafiou os seus apoiantes a continuarem a luta por um país “esperançoso, inclusivo e de grande coração”.
Por entre palavras de esperança, a candidata democrata falou sobre a forma como viveu o facto de ter perdido as eleições presidenciais americanas para o seu rival republicano, Donald Trump, e admitiu ter sentido vontade de nunca mais sair de casa.
“Vir aqui esta noite não foi a coisa mais fácil para mim”, começou por afirmar sublinhando que “houve momentos na semana passada em que tudo que eu queria era apenas relaxar com um bom livro ou os nossos cães e nunca mais sair de casa”.
Hillary sublinhou ainda a “deceção” pelo resultado das presidenciais e apelou para que a audiência continue a apoiar as crianças desfavorecidas relembrando a promessa de Trump de deportar milhões de imigrantes ilegais.
“Há crianças que estão hoje assustadas, como a menina que conheci no Nevada, que começou a chorar quando me disse como estava com medo que os seus pais fossem afastados dela e deportados. Nenhuma criança devia ter de viver com medo”, defendeu.
A fundadora da entidade, Marian Wright Edelman, amiga de longa data da ex-senadora, apresentou a democrata ao público – predominantemente feminino – como “presidente do povo”, lembrando que Hillary venceu Trump no voto popular com a larga vantagem de mais de 1 milhão de votos.
Recorde que, na véspera das eleições, a candidata à Casa Branca mantinha vantagem de cinco pontos percentuais sobre Trump. A notícia da derrota foi um choque para eleitores democratas de todo o país, que continuam a tecer duras críticas ao discurso agressivo do milionário, sobretudo para temas como a imigração, o terrorismo e a economia.