É o cancro com a mais baixa sobrevivência, mas nem por isso a população está mais sensibilizada para o identificar.
Os números também não são animadores quanto à investigação no carcinoma do pâncreas, que recebe menos de 2% de todos os financiamentos para a investigação do cancro na Europa.
“De acordo com um estudo global, 60% das pessoas desconhecem sintomatologia e áreas de risco sobre o cancro do pâncreas, dado que vem evidenciar a importância do trabalho desenvolvido pela Coligação”, explica Vitor Neves, presidente da Europacolon Portugal, membro fundador da World Pancreatic Cancer Coalition (organização que junta entidades de todo o mundo na sensibilização e aumento de conhecimento sobre o cancro do pâncreas).
Para inverter esta tendência, a Coligação preparou a campanha ‘In It Together’ que disponibiliza informação e desafia toda a população a unir-se na luta contra a doença que tem uma taxa de sobrevivência muito reduzida.
Apesar de o número de novos casos anuais ser inferior a outros tipos de cancro, se nada for feito, será a quarta causa de morte por cancro no mundo em 2020, alerta a Coligação.
“A informação e participação dos cidadãos é fundamental para a promoção e a disseminação do conhecimento de forma a podermos potenciar a sua deteção precoce. É importante que os Portugueses se envolvam nesta causa, tratando-se de uma doença que afeta, por ano, no nosso país, cerca de 1300 pessoas e que tem a taxa de mortalidade mais elevada”, continua o responsável.
O Dia Mundial do Cancro do Pâncreas celebra-se a 17 de novembro, mas o apoio à causa pode ser feito sempre. Pela utilização de roupa roxa, cor que representa o cancro do pâncreas, e pelo aumento de conhecimento sobre a doença.
O pâncreas está atrás do estômago e na frente da coluna vertebral. Trabalha para ajudar o corpo a usar e armazenar energia dos alimentos, produzindo hormonas que controlam os níveis de açúcar no sangue e enzimas digestivas para quebrar os alimentos.
Os sintomas de cancro incluem dor abdominal ou nas costas, perda de peso, icterícia, perda de apetite, náuseas, alterações nas fezes e diabetes. São muitas vezes subtis e geralmente são inicialmente atribuídos a outras condições menos graves e mais comuns.
Desconhece-se a causa. Pode ter a ver com a história familiar, tabagismo, obesidade ou idade, mas para tal é necessária mais investigação para compreender a sua relação direta com a doença.
O diagnóstico precoce é fundamental: os pacientes que são diagnosticados em tempo para cirurgia têm uma probabilidade muito maior de sobreviver cinco anos.