Um dos maiores e mais aprofundados estudos sobre o autismo vem apontar o comportamento dos pais como um dos fatores mais benéficos para a qualidade de vida das crianças autistas.
Criar ‘super-pais’ pode ser o segredo para melhorar a condição de autismo de muitas crianças. Esta é a surpreendente conclusão de um longo estudo sobre a doença e que teve por base a análise de 152 casais cujo filho – até três anos – tinha sido recentemente diagnosticado com autismo.
Publicado na revista The Lancet, o estudo levado a cabo pela Universidade de Manchester revela que treinar os pais e as mães para serem ‘super-pais’ pode melhorar significativamente a capacidade comunicativa com o filho e, com isso, a qualidade de vida da criança.
Para o estudo, conta a BBC, os pais foram divididos em dois grupos. Num, seguiram os tratamentos convencionais para o autismo; noutro, serviram de ‘cobaias’ para um tratamento novo. Nesta nova terapia, os pais forma convidados a brincarem com os respetivos filhos e depois a assistirem a imagens dos momentos de lazer com a criança, ao mesmo tempo que ouviam conselhos dados por especialistas e terapeutas.
No primeiro grupo, 50% das crianças apresentava um estado avançado de autismo no início do estudo, contudo, a quantidade de crianças neste estado aumentou para 63% em apenas seis anos. Já no segundo grupo, a experiência começou com 55% das crianças em fase avançada de autismo, um valor que diminui para 46% passados os mesmos seis anos.
À BBC, um dos psiquiatras responsável pelo estudo, o médico Jonathan Green, revela que, embora não se tenha encontrado a cura para o autismo, os resultados assumem-se como “extraordinários” e que podem dar azo a novas terapias de apoio a crianças com autismo.