São a nova tendência para este Outono-Inverno, onde aparecem mais assimétricas, com proporções exageradas, folhos, mangas super compridas e/ou sem ombros e até riscas largas azuis e brancas.
Mas o que ninguém tinha reparado, até agora, era que as camisas femininas têm sempre um pormenor em comum: os botões colocados do mesmo lado. Neste caso o esquerdo.
Ao passo que as peças masculinas são abotoadas com o lado esquerdo sobre o direito.
Porquê? É uma boa questão. Primeiro temos de agradecer ao século XIX, já que essa diferença vem de 1850. Depois há que ter em conta outros pormenores.
Não, não é o facto de haver mais mulheres destras ou esquerdinas. Afinal 70% da população mundial é destra, independentemente do sexo.
Há várias teorias.
Amamentação é uma delas. A maioria das mulheres costumam pegar no bebé com o braço esquerdo, por isso os botões estavam no lado mais fácil para abrir com o braço direito.
Equitação é outra. Normalmente as mulheres costumavam montar o cavalo, sentando-se com as pernas viradas para o lado direito. Assim o vento não entrava pelo espaço existente entre os botões.
Também antigamente os criados vestiam as mulheres ricas. Estávamos no século XIX e quando as camisas começaram a ser compradas por outros escalões sociais, os botões mantiveram-se à esquerda como forma de imitar o estilo da classe alta.
Mas isto não foi tudo pensado nas mulheres. Aliás o facto dos homens preferirem desabotar as camisas com a mão esquerda, uma vez que tinham as espadas e outras armas na mão direita, pode ter determinado essa diferença.
Outro homem, Napoleão, quis impedir que fosse imitado ou gozado pelas mulheres: a sua pose era dobrar o braço esquerdo num ângulo de 90 graus e enfiar a mão entre os botões da camisa. Por isso o imperador ordenou que todas as outras camisas tivessem botões do lado oposto.
Continuando na desigualdade de género, Havelock Ellis, sexólogo do século XIX, escreveu um estudo sobre as características sexuais secundárias e terciárias.
Ali lê-se que as mulheres “parecem inferiores aos homens” em “força, rapidez, precisão e movimento”. Como têm, dizia ele, a motricidade menos desenvolvida, precisavam de ajuda para se vestir.
Isso e a necessidade de se distinguir a roupa masculina da feminina. Não vá alguém vestir uma peça por engano. O que hoje em dia deixa de fazer sentido.