Atualidade

Saiba quem é o maior apoio de Pedro Dias

Bióloga, antiga campeã nacional de Taekwondo e uma das pessoas mais próximas daquele que foi o homem mais procurado do país.

Andreia Dias, irmã de Pedro Dias, mais conhecido por ‘Piloto’, é o maior apoio do agora detido. A mulher, de 38 anos, foi levada esta quarta-feira para a Judiciária para prestar declarações.

Não pode ser detida nem constituída arguida pelo crime de favorecimento pessoal, ou seja ajudar suspeitos de crimes, por ser familiar. Mas os investigadores querem perceber qual foi o seu papel durante estes dias.

Pedro Dias entregou-se à Polícia Judiciária, em Arouca, sua terra natal, a 8 de novembro. É suspeito de vários crimes: homicídio qualificado de um militar da GNR e de um civil, três tentativas de homicídio, dois sequestros, dois roubos e um furto.

pedro-dias-piloto-entregou-se-a-pj-e-falou-a-rtp

A PJ identificou já uma professora de 61 anos, amiga da família, por suspeitas de ter auxiliado Pedro Dias durante a fuga às autoridades. Foi por isso constituída arguida.

Mas quem é Andreia Dias?
Sempre sonhou ser bióloga, conforme referiu a várias páginas da área, tendo tirado a licenciatura na Universidade de Aveiro. Tirou o Mestrado em Gestão e Conservação da Natureza pela Universidade do Algarve, cuja tese, concluída em 2006, fala de ‘Métodos de censo de perdiz-vermelha (Alectoris rufa L.) em zonas de alta e baixa densidades’.

Apaixonada por aves de rapina, trabalhou no Parque Nacional da Peneda-Gerês e Sudoeste Serrano do Sul do país.

É cinturão negro de Taekwondo, campeã nacional e agora ensina esta modalidade.

Disse em entrevistas, para as páginas de internet escritas por biólogos, que “vive lutando por um mundo melhor”.

Arguido insultado à chegada do tribunal
Andreia Dias e restante família não podem assistir ao primeiro interrogatório judicial, apenas possível ao arguido e advogados, esta quinta-feira.

Pedro Dias chegou esta manhã ao Tribunal da Guarda, rodeado de um forte contingente policial – sem presença da GNR, como pediu quer na altura da detenção durante as negociações com o Diretor Nacional da PJ, quer na entrevista à RTP – mas isso não o impediu de ser insultado.

Os populares, maioritariamente de Aguiar da Beira, terra onde o militar da GNR foi morto a tiro e outro acabou baleado e amarrado a uma árvore, a 11 de outubro, gritaram “Assassino”.

‘Piloto’ nega a autoria dos crimes e ser submetido a um teste de ADN. Também os dois advogados, contratados pela família quando o suspeito ainda estáva em fuga, desconhecem se o arguido irá falar hoje ao juiz.

“Não há nenhuma estratégia, isto decorreu tudo num ápice”, disse Mónica Quintela aos jornalistas.

A advogada diz também que ainda não viu o processo nem falou com o seu cliente, pelo que não sabe se ele tenciona alegar inocência no tribunal.

“Ninguém estava a contar que isto pudesse acontecer desta forma, o senhor Pedro Dias quis-se entregar, fez-se a entrega em total segurança, é tudo o que eu posso dizer”.

O primeiro interrogatório foi interrompido na hora de almoço e retomou à tarde. As medidas de coação só serão anunciadas no final da audiência.