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Menina síria que tweetava de Aleppo retirada em segurança

Bana Alabed, de sete anos, ficou conhecida por descrever o dia-a-dia da maior cidade da Síria durante a guerra entre as forças pró-governo de Bashar Al-Assad e os rebeldes. Para tal usava o Twitter, tendo-se tornado bastante conhecida no mundo virtual.

Nos últimos dias a menina deixou de escrever tweets e logo se pensou no pior cenário. Agora veio a confirmação de que está bem e em segurança: Bana foi retirada de Aleppo esta segunda-feira.

Tem sido a mãe da criança, Fatemah, a autora dos últimos tweets. “Queridos @MevlutCavusoglu [Mevlüt Çavuşoğlu, ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia] e @rt_erdogan [Recep Erdoğan, Presidente turco] por favor, por favor, por favor façam este cessar-fogo funcionar e tirem-nos agora. Estamos tão cansados”, escreveu numa das publicações.

O resgate de Bana foi confirmado, via Twitter, por uma ONG turca que ajuda a realojar os civis retirados de Aleppo. “Nesta manhã @AlabedBana também foi resgatada de Aleppo com a sua família. Nós recebemo-los calorosamente”, escreveu a Humanitarian Relief Foundation (IHH).

Um dos voluntários publicou uma selfie com a menina, que parecia sorridente (ver foto principal).

Bana e Fatemah também apareceram num vídeo feito pela agência de notícias turca Anadolu, nesta segunda-feira. “Eu e a Bana queremos dizer para todo o mundo o quanto estão a sofrer as crianças e todas as pessoas em Aleppo por causa das bombas e tudo o mais, porque não há vida lá”, disse Fatemah. “Estou triste por deixar meu país. Deixei a minha alma lá. Quero levar a nossa liberdade lá, não ser uma refugiada em outros lugares”.

Segundo a instituição de caridade IHH, Bana e seus familiares estão em alojamentos provisórios nas proximidades de Aleppo e devem ser transferidos para campos na província de Idblid, no noroeste da Síria, na fronteira com a Turquia.

Veja também o vídeo que mãe e filha fizeram, dias antes, no qual apelavam a Michelle Obama que as ajudasse a sair em segurança do leste de Aleppo, onde viviam:

O conflito em Aleppo terá sido também o motivo do ataque mortal perpetrado por um polícia em Ancara, Turquia, esta segunda-feira.

O elemento da força de segurança, que estava a fazer a defesa do embaixador russo Andrei Karlov, disparou contra as costas do diplomata, quando este discursava numa exposição de arte. Três pessoas ficaram feridas.

O autor dos disparos, Mevlut Mert Altintas, de 22 anos, gritou “Allahu Akbar” (“Alá é grande”) e disse: “Não esqueçam de Aleppo! Não esqueçam da Síria! Vocês não ficarão seguros até que as nossas cidades tenham segurança. Somente a morte me pode levar daqui. Nós somos aqueles que prometeram fidelidade a Maomé para fazer a jihad [guerra santa]”.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlüt Çavuşoğlu, já fez saber, através do Twitter, que a rua da embaixada da Rússia em Ancara irá receber o nome do embaixador Karlov.

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O ataque foi filmado por uma equipa de reportagem que estava a fazer a cobertura da visita do embaixador:

Fotos e vídeo: Twitter