Se está a pensar passar a passagem de ano sentado à mesa, a ver o que se passa nas redes sociais, este artigo é para si.
A primeira coisa que tem a fazer é sair da mesa (já que largar o tablet/outro aparelho impedia-o de ler esta notícia).
É que estar à mesa enquanto se olha para tablets e afins fazem-no engordar. Quem o garante são os pediatras portugueses, mas a conclusão aplica-se igualmente aos adultos.
Os especialistas defendem a realização de refeições em família e sem qualquer dispositivo móvel como forma de evitar a obesidade, pois sem tecnologias a criança come devagar e percebe quando está saciada.
“Se a criança estiver distraída não vai sinalizar que já está saciada e vai continuar a comer. As refeições devem ser feitas em família e devagar. Conversando sobre como correu o dia come-se mais devagar e o organismo tem tempo para fazer a sinalização [saciedade]”, defendeu a pediatra do Centro Hospitalar Lisboa Central, Júlia Galhardo, durante a 23.ª edição das Jornadas de Pediatria de Leiria e Caldas da Rainha.
Júlia Galhardo criticou ainda a forma como as refeições decorrem nas escolas, onde são feitas a correr. “Quem comer a sopa primeiro é que ganha. Está errado. Quem come a sopa devagar, é que deve ser premiado.”
A mesma opinião tem a pediatra do Hospital da CUF, no Porto, Carla Rêgo, que considerou ainda as creches o “lugar mais catastrófico” na questão da alimentação.
Esta pediatra recomenda ainda a proibição do uso do biberão a partir dos 12 meses, pois “permite a ingestão sem controlo de volumes brutais de leite”, assim como o “leitinho noturno”, onde vão ser ingeridas proteínas “sem serem gastas”.
A ingestão frequente de água, fazer cinco a seis refeições diárias, com poucas porções, comer devagar e não repetir são outros conselhos deixados.
“Deve-se estimular a variedade e evitar proteínas e hidratos de carbono ao jantar. A partir da adolescência, o jantar pode ser apenas água, sopa e fruta”, dizem, recomendando que o bebé comece a ingerir primeiro a sopa e só mais tarde a papa para se habituar ao sabor amargo e só depois ao doce.
A prevalência da obesidade em idade pediátrica em Portugal é de 31,4%, revelou ainda Carla Rêgo, adiantando que o “valor mais elevado verifica-se no Norte”.