A Deco, associação de defesa do consumidor, visitou um total de 476 lojas em Portugal Continental e Ilhas e elaborou um estudo com base num cabaz de 92 produtos de nove categorias – mercearia, fruta e legumes, carne, peixe, laticínios, bebidas, congelados, higiene pessoal e limpeza da casa -, que resultou na comparação de 45 981 preços, para mostrar aos consumidores quais os supermercados mais baratos.
O Continente e o Continente Modelo, do grupo Sonae, são a cadeia de lojas mais barata em 17 dos 18 distritos nacionais, a que se juntam Madeira e Açores.
Em São Miguel, essa liderança é partilhada com a Solmar. No distrito do Porto, o Jumbo da Auchan é o hipermercado mais barato sendo que “só no concelho da Maia permite uma poupança anual de 375 euros”, conforme informa a Deco.
Em Lisboa, fazer compras nas lojas Continente “representa uma poupança de 347 euros anuais face à loja com os preços mais elevados. Em Viseu, permite poupar 351 euros por ano”, refere a entidade de defesa do consumidor.
A nível nacional, o Jumbo, cadeia que liderava o ranking o ano passado, ocupa agora a segunda posição. Já o Pingo Doce, da Jerónimo Martins, ocupa com o Intermarché Super o terceiro lugar do ranking. Minipreço surge em quarto e o Lidl em quinto.
Ao nível de cabaz, a cadeia de Sonae lidera tanto ao nível de frescos, como de mercearia e drogaria. “Enquanto, no estudo anterior o maior investimento de preço era feito nos frescos, desta vez o Continente melhorou de forma significativa os seus preços na mercearia e drogaria aumentando a distância em 6 pontos percentuais (pp) em relação ao Lidl, 8pp do Dia, 7 pp para o Intermarché e 9 pp face ao Continente”, destaca o banco de investimento, Haitong, na sua Iberian Newsletter.
A cadeia manteve a sua distância face às restantes cadeias nos frescos “e melhorou a sua vantagem em termos de preço nas marcas mais baratas face ao segundo classificado, o Pingo Doce, de 10% para 13%, e ao Intermarché (de 14% para 15%)”.
“No caso do Pingo Doce os resultados do estudo parecem mais fracos mesmo que se foque apenas no segmento de proximidade, já que perdeu parte da sua vantagem de preço para o Dia (de 6% para 4%) e Lidl (de 7% para 5%) no cabaz de 92 produtos”, realça o Haitong.
Um efeito impulsionado sobretudo pela mercearia e drogaria, mas nos produtos mais baratos a cadeia da Jerónimo Martins também perdeu alguma força. O Dia melhorou a sua vantagem de preço face ao Pingo Doce, mas perdeu um pouco face ao Lidl no cabaz principal, sobretudo no que refere aos produtos de mercearia. A cadeia espanhola também melhorou no cabaz dos produtos mais baratos, em linha com o Lidl e o Intermarché, tendo a distância face ao Pingo Doce caído de 4 pp para apenas 2%, destaca o banco.
Esta melhoria do Continente só é possível “porque a Sonae tem vindo a alterar a sua estratégia promocional, transferindo o grosso dos descontos oferecidos através de cartão para descontos em dinheiro”. Os descontos em cartão, refere o banco com base em guidance da companhia, representam cerca de 9% das vendas do Continente.
Ainda assim, o Continente conseguiu desde o ano passado aumentar a distância que o separa do Pingo Doce no cabaz principal de +1% para menos de 15% nesta última atualização da Deco.