A Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade) lançou uma petição pública que visa a criação do Dia da Fertilidade como forma de alerta para a prevenção da infertilidade, da preservação da fertilidade e da defesa dos direitos dos casais, homens e mulheres, que não conseguem concretizar o projeto de paternidade.
“É preciso acabar com o estigma que continua associado à infertilidade. Os casais que não conseguem conceber naturalmente não podem continuar a sentir vergonha por terem uma doença”, lembra Cláudia Vasconcelos Vieira, presidente da APFertilidade.
“Acreditamos que a criação do Dia da Fertilidade é mais uma forma de alertar a sociedade para este assunto, uma oportunidade para a consciencialização e para o desenvolvimento de estratégias de prevenção cada vez mais eficazes e de defesa dos direitos destes casais”, acrescenta.
A prevenção é a palavra-chave. “É importante sensibilizar a população para o facto de a fertilidade feminina diminuir com o passar dos anos, caindo drasticamente após os 35 anos de idade. Mesmo sabendo que o estilo de vida atual impõe, muitas vezes, a maternidade tardia, é importante que os casais estejam conscientes dos potenciais problemas que este adiamento pode trazer”, afirma a presidente da APFertilidade.
A infertilidade é uma doença reconhecida pela Organização Mundial de Saúde, que afeta cerca de 300.000 casais em Portugal. Apesar de ser uma doença culturalmente mais associada às mulheres a verdade é que afeta homens e mulheres em igual percentagem: 40%. Existem também 10% de casos em que ambos os elementos do casal apresentam patologia e 10% de casos de infertilidade inexplicada.
A APFertilidade propõe à Assembleia da República a fixação do dia 21 de junho como o Dia da Fertilidade. A petição está disponível através deste link.
A Associação Portuguesa de Fertilidade foi constituída no dia 20 de Maio de 2006 e dedica-se ao apoio, informação e defesa da comunidade de pessoas com problemas de fertilidade. Conta sobretudo com a generosidade e o voluntariado dos seus associados, que têm vindo a fazer uma grande diferença na luta contra a distribuição desigual dos centros de tratamento, ausência de legislação específica, limitação no acesso a diversas técnicas, falta de informação e no manifesto desinteresse pelas questões (médicas, psicológicas, sociais e económicas) relacionadas com esta doença.