“Até agora não se tinha encontrado um único gene que fosse catalisador da depressão”, afirmou à agência Efe a bióloga Tatiana Axenovitch, professora no Instituto de Citologia e Genética de Novosibirsk, na Sibéria.
Uma pesquisa que não fica por aqui, até porque pode haver ainda dezenas por descobrir.
A procura pelos genes da depressão fez-se com computadores e modelos matemáticos de análise genética, usando dados estatísticos compilados pelo Centro Erasmo de Roterdão, que se dedica a estudar a doença, e pode ajudar a criar medicamentos mais eficazes.
Tatiana Axenovitch acrescentou que “foi muito difícil localizar o gene, porque não existe só um, ninguém sabe exatamente quantos são, mas podem ser dezenas”.
Com um gene identificado, poderão ser criados medicamentos novos contra uma doença que se tornou um problema de saúde pública e que depende em 40% de fatores genéticos e 60% de fatores ambientais.
“Por exemplo, com a ajuda do gene poder-se-á investigar mais profundamente o mecanismo que faz aparecer os sintomas depressivos”, destacou.
A investigadora afirmou que “as circunstâncias da vida e o stress a que se está sujeito são fatores decisivos” e salientou a dificuldade de fazer um diagnóstico, porque a doença se manifesta com gravidade, intensidade, duração e frequência diferentes.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, um dos principais obstáculos para curar a depressão é o diagnóstico errado, já que há pessoas que sofrem da doença e nunca são tratadas, enquanto, por outro lado, se receitam antidepressivos com demasiada ligeireza.
Os números da organização apontam para 350 milhões de pessoas afetadas pela depressão, a principal causa de incapacidade laboral no mundo. Afeta mais mulheres que homens e estima-se que entre 08 a 15% das pessoas sofre de depressão durante a sua vida.