A polémica começou por causa de uma publicação do cantor na sua página de Facebook e por lá continua.
Fernando Tordo escreveu no dia do funeral de Mário Soares o seguinte post: “Não tenho ouvido falar de si, Cavaco Silva. Um dia chega a nossa vez, não é?” e logo surgiram insultos de quem entendeu que tinha desejado a morte ao antigo Primeiro-Ministro e anterior Presidente da República.
A publicação foi depois apagada pelo cantor, tais as proporções que ganhou.
Mas o caso não ficou por aqui. O artista, que está a viver no Brasil, voltou a recordar Mário Soares. E foi novamente atacado.
“Era uma noite muito quente, Forte Aguada, Goa. Vejo-o atravessar toda aquela relva miraculosamente arranjada, iluminada não para se ver, apenas para se sentir. Era um terreno povoado de mesas e gente, tanta gente, mas o quase silêncio sufocando ainda mais que a noite, inesquecível. Veio até nós com aquele andar balanceado ainda mais pela textura do solo. Disse boa noite a todos e acrescentou que tudo era lindo mas muito cerimonioso, que só nós podíamos “salvar aquilo”. Saltámos da mesa, invadimos o palco e tocámos e cantámos, e toda a gente dançou e ficou a dançar, não tinham passado três minutos de ele ter vindo ter connosco. Voa pomba branca traz a boa nova…. Aquele instinto, aquele instinto que era só dele, Mário Soares.”
Mais uma vez houve quem concordasse com Tordo, quem discordasse e quem entre estes dois grupos se insultou mutuamente.
“Merece toda homenagem e todo respeito!” e “Boa memória! Privilégio teu!” foram as palavras mais queridas.
“Meu caro, o Sr. é um bom exemplo da distância que vai entre o que se diz e o que se faz. Sabe lá o que é a democracia”, respondeu um.
“Há algo pior do que um governante ou político corrupto? Sim! O cidadão que o defende!”, disse outro, através de uma imagem.
“Agora que falas, ninguém te viu por belém ontem com aquele ar de quem tem qualquer coisa no olho e nada na cabeça, também não ias cantar a tourada em plena cerimónia pois não? Não fazes falta nenhuma, nem tu nem o outro, o das chamuças” foi talvez o comentário mais ácido.
Fernando Tordo tem o título de Comendador da Ordem do Mérito, atribuído em 2003 pelo então presidente da República, Jorge Sampaio. Em 2014 enfrentou uma polémica com os subsídios que alegadamente terá recebido do Estado mas alegou falta de trabalho em Portugal para emigrar.
Apesar de defender Mário Soares, que conhece desde novo, acompanhou o luto nacional à distância por estar do outro lado do Atlântico.
