Faleceu às 15h28 deste sábado, 7 de janeiro. Uma hora depois da morte, o porta-voz do Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde Mário Soares, de 92 anos, estava internado desde 13 de dezembro, fez o último comunicado aos jornalistas.
“O Hospital agradece a confiança depositada na sua equipa clínica e afirma que o nome do dr. Mário Soares, grande lutador de ideais vários que nos permitem hoje viver em democracia, ficará para sempre ligado a este hospital que tanto ajudou a manter e a quem confiou a última parte de vida”, disse José Barata.
O porta-voz do hospital estava acompanhado pelos filhos do antigo Presidente da República e ex-Primeiro Ministro, João e Isabel Soares, sendo que depois da leitura do comunicado não houve direito a perguntas.
Desconhecem-se, para já, as circunstâncias em que ocorreu a morte.
Quanto ao funeral, terá honras de Estado. O Primeiro-Ministro António Costa, que está numa visita de Estado em Nova Deli, na Índia, e que por isso não poderá estar presente nas cerimónias fúnebres, decretou luto nacional de três dias a partir de segunda-feira, 9 de janeiro.
Personalidades políticas, e não só, já reagiram
João Soares publicou este sábado, horas antes da notícia da morte do pai, uma fotografia do hospital com a legenda “Lisboa”.
Marcelo Rebelo de Sousa: “O homem era sempre o mesmo, a causa era sempre a mesma: a Liberdade (…) Pelo que era decisivo, ele foi sempre vencedor.”
António Costa: “Perdemos hoje aquele que foi tantas vezes o rosto e a glória da Liberdade. Fê-lo contar a ditadura e por isso sofreu a prisão. Também pôs fim ao colonialismo. É a perda de alguém que teria sido insubstituível na nossa história.”
O Partido Socialista considerou que “Portugal perdeu hoje o pai da Liberdade e da Democracia, a personalidade e o rosto que os portugueses mais identificam com o regime nascido a 25 de abril de 1974”.
Maria de Belém Roseira: “Soares lutou pela liberdade quando era difícil”.
Pedro Passos Coelho: “Trata-se de uma personalidade muito particular, muito ligada ao nosso regime democrático e que desempenhou funções de grande relevo nos últimos anos. Seria impossível escrever a História de Portugal nas últimas dezenas de anos sem ter referências múltiplas à sua pessoa. (…) Será concerteza um luto nacional.”
Pedro Santana Lopes: “Queria um país livre e justo e trabalhou muito para isso.”
Assunção Cristas: “Mário Soares teve um papel único na definição do Portugal democrático e europeu.”