Quem o diz é um comité de especialistas. Há “provas conclusivas ou substanciais” de que a marijuana tem mesmo alguns efeitos benéficos em termos médicos. A conclusão é de um relatório publicado pelas Academias Nacionais de Ciências, de Engenharia e de Medicina dos EUA.
O comité avaliou mais de 10 mil pesquisas, em torno da marijuana e dos seus efeitos, e concluiu que esta substância pode tratar de forma eficiente a dor crónica e a náusea, provocadas pela quimioterapia, e que também funciona no tratamento dos espasmos associados à esclerose múltipla.
“Os efeitos da canábis e dos canabinóides na saúde: o actual estado de evidência e recomendações para a pesquisa” [“The Health Effects of Cannabis and Cannabinoids: The Current State of Evidence and Recommendations for Research” no título original em inglês] é o nome do relatório.
“Para adultos com espasmos musculares relacionados com a esclerose múltipla, houve provas substanciais de que o uso de curto prazo de certos “canabinóides orais” melhorou os seus sintomas”, refere o relatório.
“Em adultos com náuseas e vómitos induzidos por quimioterapia, houve evidências conclusivas de que certos canabinóides orais foram eficientes a prevenir e a tratar essas maleitas”, especifica-se.
Além destas provas, os cientistas encontraram “provas moderadas” de que a canábis pode ajudar pessoas com certos distúrbios de sono e “evidências limitadas” para outros benefícios, incluindo no aumento do apetite e na redução da perda de peso em pessoas com VIH/SIDA e no alívio dos sintomas associados ao stress pós-traumático.
O relatório nota, contudo, que é preciso realizar mais pesquisas científicas para apurar com mais clareza os benefícios e também os riscos da marijuana. Isso e os obstáculos legais ainda existentes.