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McDonald’s desgraça Vaticano

A cadeia de fast food sempre foi envolta em controvérsia, mas desta foi longe de mais: até ao Vaticano!

Foi na semana passada, dia 30 de Dezembro, que uma nova loja da marca foi inaugurada num edifício pertencente ao Vaticano, com vista para a Praça de São Pedro, no distrito de Borgo, Roma. As objeções são muitas, não só por parte de alguns líderes da Igreja Católica Romana como por parte de muitos residentes da zona.

A decisão já tinha sido anunciada em Outubro de 2016, quando o Cardinal Elio Sgreccia afirmou em entrevista ao jornal italiano ‘La Repubblica’ que a chegada do restaurante era “uma desgraça”, um choque com a estética arquitetónica e as tradições urbanas daquela zona, “ignorando a tradição culinária da cozinha romana e a saúde dos seus consumidores”.

Situado a cerca de 100 metros da casa do Papa Francisco e com 538 metros quadrados, o restaurante é considerado por muitos uma “perversão” e “aberração”. Simultaneamente, na passada terça feira, dia 3 de Janeiro, duas freiras foram vistas a almoçar no espaço.

Apesar das queixas do Comité de Proteção de Borgo, um grupo de residentes saturado com a proliferação de comércio naquela zona, a agência do Vaticano que controla a propriedade imobiliária aprovou a concessão e o restaurante abriu sem protestos públicos. O Vaticano receberá mensalmente 30 mil euros em renda. As mudanças não se ficam por aqui e os oficiais do Vaticano aprovaram também a chegada de um Hard Rock Cafe à Via della Conciliazione, a rua principal que conduz a Praça de São Pedro, que irá substituir uma livraria religiosa.

Em Novembro de 2016 o Mcdonald’s processou a cidade de Florença no valor de 20 milhões de dólares depois dos líderes locais terem bloqueado a localização de um novo restaurante na Piazza del Duomo, um destino turístico popular. Na altura, dezenas de milhares de italianos haviam assinado uma petição online opondo-se à sua abertura. Em entrevista à Agência France-Press, Dario Nardella, o presidente da cidade, disse que “pretendia apoiar o comércio local na área” e que tinha o direito de recusar as investidas da cadeia norte americana.