Normalmente a questão que mais se ouve por ali é: “O que mudaria no mundo?” Neste caso, foi uma bem mais direta e embaraçosa: “Como se sente ao ser maior que as outras concorrentes?”, sendo que maior significa mais gorda e as outras concorrentes são as misses de todo o mundo.
Siera Bearchell, Miss Canadá, viveu isso tudo no concurso Miss Universo, cuja gala final decorreu no domingo nas Filipinas.
“Como é que me sinto sendo tão maior que as outras concorrentes? Um jornalista acabou de me perguntar isso durante uma conferência. Eu quase fiquei sem palavras. Pensei: ‘Como me sinto sendo eu mesma? Como me sinto por ser confiante comigo mesma? Como me sinto a alcançar o meu sonho de representar o Canadá no palco da Miss Universo? Como me sinto sendo um exemplo para tantas jovens mulheres que têm dificuldades em encontrar alguém para admirar? Como me sinto redefinindo a beleza?’ A minha resposta: Sinto-me ótima”, explicou a jovem, de 23 anos, no Instagram.
Em entrevista ao ‘Daily Mail’, Siera admite que não tem o mesmo físico da adolescência. “Sou a primeira a dizer que não sou tão magra como eu era quando tinha 16, 20 anos, ou mesmo [tão magra como] no ano passado, mas estou mais confiante, capaz, sábia, humilde e apaixonada do que nunca.”
A jovem é ainda a primeira mulher com ascendência aborígene a representar o Canadá na Miss Universo.
“‘É preciso disciplina para ter um corpo de Miss Universo.’ Também é necessária disciplina para ser aceite na Faculdade de Direito. Também é necessária disciplina para correr uma maratona. Também é necessária disciplina para sermos verdadeiras num mundo que está sempre a tentar mudar-nos em alguém que não somos. As pessoas perguntam-me se mudei o meu corpo para provar alguma coisa. Não. As nossas vidas são fluidas, dinâmicas e em constante mudança. Os nossos corpos também”, rematou no Instagram.