Ximena Suárez Otterburg era uma das hospedeiras de bordo do avião da companhia boliviana LaMia que transportava a equipa da Chapecoense. Foi uma das seis sobreviventes da queda do aparelho em Medellín, Colômbia, e agora atravessa uma fase complicada.
A boliviana está a pedir ajuda monetária por não conseguir trabalhar. A jovem, de 28 anos, é mãe solteira de duas crianças, de seis e dois anos, e diz não ter dinheiro para sustentar a família. Uma vez que sempre trabalhou como assistente de bordo, profissão à qual não conseguiu voltar por causa de “problemas psicológicos e físicos” que não especificou, e está a tirar um curso universitário lançou uma campanha de recolha de fundos.
No site GoFundMe vê-se que o objetivo é alcançar 100 mil dólares. Em três dias, com o donativo de 47 pessoas, já conseguiu mais de 1380 dólares.
Logo surgiram notícias na imprensa boliviana a dar conta disso mesmo. Mas o “pede dinheiro” e “implora donativos” que apareceram nos títulos fizeram com que chovessem críticas a Ximena.
Esta teve de recorrer novamente ao Facebook para esclarecer tudo.
“Quero fazer pública a minha tristeza e deceção por essas centenas de bolivianos compatriotas meus, que se empenharam em me atacar, em prejudicar o meu nome, minha honra e o da minha família, só porque hoje estou fazendo uma campanha para o meu bem-estar… São Muitos os que questionam o porquê de não agradecer a Deus por estar viva e ilesa… mas enganam-se, todos os dias da minha vida agradeço a Deus o poder ainda estar aqui na terra, o poder ver os meus filhos e conviver com a minha família, uma coisa que muitos dos que viajavam comigo não podem fazê-lo…”, começou por dizer.
“É verdade que aparentemente estou bem, que não me falta nenhuma ponta, mas isso não quer dizer que esteja saudável e que possa lançar-me a trabalhar outra vez, mesmo que não Acreditem isso é o que mais desejo porque vejo a minha família que sofre ou não sabe como conseguir pagar os meus medicamentos sem que eu possa contribuir para isso…”, continuou, explicando que “sobreviver a um acidente assim é um milagre mas também uma cruz”.
Ximena Suárez Otterburg referiu ainda que tem vivido com medicamentos que “aliviam as dores no peito, no meu pé e na minha coluna”, além de calmantes por continuar a sofrer com a ansiedade e pesadelos.
“As pessoas acham que com o pagamento da clínica e alguns custos médicos que ficaram pendentes já está tudo pronto e está tudo. Mas será que não tiveram familiares e depois vem o pior, que é a recuperação??”, questionou.
“Vocês sabem o que é sobreviver à queda de um avião?? Sabem o que é sair toda magoada, fissurada, cortada e traumatizada??? E o pior… vocês sabem o que é sentir-se à deriva, sem saber o que fazer de Daqui em diante? Vocês sabem que é sair para trabalhar um dia e no outro dia voltar com dívidas, gastos e sem poder dar aos meus filhos o que eles precisam???”, esclareceu, explicando que a campanha foi criada por familiares.
Veja a entrevista que a sobrevivente deu ao Bolivia Spotter: