Podiam surgir em páginas de um livro ou na trama de um filme, mas fazem parte da vida real. Há grandes histórias de amor que continuam a inspirar gerações. A Move Notícias selecionou três casais marcantes da História.
John Lennon e Yoko Ono: Um Só
“Somos uma pessoa só”. Foi desta forma que John Lennon afirmou o amor que sentia pela artista plástica japonesa Yoko Ono, que conheceu em Londres em 1966. Apontada por muitos como a responsável pela separação dos Beatles, foi a companheira inseparável de Lennon nos seus últimos anos de vida.
Após ter visto uma exposição da artista, Lennon encantou-se não só pelo trabalho, como pela própria Yoko. Em 1968, produziram o primeiro trabalho em conjunto, que marcou também a primeira atitude polémica de ambos. O vocalista da icónica banda lançou um primeiro álbum experimental a solo, onde o casal surgia completamente nu na capa e na contracapa.
Pouco tempo depois, assumem o romance, o que levou a que Cynthia Powell, casada com John, pedisse o divórcio. Um ano depois, o músico e Yoko casam-se numa cerimónia privada em Gilbraltar. A lua-de-mel, em Amesterdão, foi pretexto para uma série de fotografias bastante íntimas, centradas no tema “John e Yoko na cama pela paz”.
Cada vez mais afastado da carreira de sucesso dos Beatles, esta união foi considerada como o princípio do fim. Os restantes membros do grupo não viam Yoko com bons olhos, criticando a sua presença constante em ensaios e gravações. Os fãs e a imprensa também não pouparam acusações. A japonesa era vista como uma má escolha para o artista, por não ser tão mediática nem cumprir os padrões típicos de beleza. Contra todas as pressões, Lennon resolve abandonar a banda em 1970 e esta acaba por terminar.
Com uma nova vida longe da ribalta, o casal envolve-se em causas sociais e políticas. Mudam-se para Nova Iorque, onde lutam pela paz, pelos direitos das mulheres e pelo fim da guerra no Vietname.
Em 1975, nasce o único filho do casal, altura em que o artista decide dedicar-se inteiramente à família. A música regressou no fim da vida de Lennon. Na entrada da década de 1980, grava o seu último álbum, sendo assassinado um mês após o lançamento. Yoko nunca esqueceu o grande amor da sua vida.
As causas defendidas, as fotografias íntimas e a própria ligação entre os dois tornam a história de John Lennon e Yoko Ono numa das mais marcantes da História. Numa última homenagem a este romance, Yoko juntou-se ao produtor Michael de Luca para desenvolverem um filme biográfico sobre o casal, que chegará ao cinema em data a anunciar.
Frida Kahlo e Diego Rivera: Enredo Mexicano
Os dois grandes ícones da arte mexicana foram provavelmente os protagonistas de uma das histórias de amor mais conturbadas de sempre. Conheceram-se em 1922, quando Frida tinha apenas 15 anos. Diego, de 36, era já um conceituado artista e com fama de mulherengo, estando no segundo casamento e tendo já vários filhos.
O romance entre os dois surge alguns anos mais tarde, quando a jovem artista decide mostrar alguns dos seus quadros a Diego, na esperança de obter uma opinião crítica. O pintor fascinou-se pelas pinturas e por Frida.
Casaram-se em 1929, numa cerimónia simples. O matrimónio não foi bem aceite pela família Kahlo, que criticava a grande diferença de idades entre os dois, bem como o facto de Diego ser ateu e comunista, além de bastante mulherengo.
Os 10 anos seguintes revelaram-se dignos de um enredo de novela mexicana. De personalidades fortes, que muitas vezes contrastavam, sucederam-se escândalos de ambas as partes, sobretudo devido a casos extraconjugais e a convicções artísticas e políticas. A década conturbada culminou em divórcio, quando Frida descobriu que o marido tinha um caso com a sua irmã, cortando os cabelos num ataque de fúria.
No entanto, o afastamento durou pouco tempo. Um ano depois, em 1940, voltam a casar, embora não tenham voltado a viver juntos. Frida construiu uma casa igual à do marido, localizada mesmo ao lado da original, ligando-as por uma ponte. Passaram a viver como marido e mulher sem partilharem habitação.
O segundo casamento acabou por se revelar semelhante ao primeiro, repleto de polémicas e emoções fortes. Mas neste período, ambos tinham uma certeza: não podiam viver um sem o outro.
O casal permaneceu unido até à morte de Frida, em 1954. Diego permaneceu ao lado da artista nos seus últimos momentos de vida, em que o seu estado de saúde se agravava a um ritmo frenético. As primeiras declarações do pintor após a morte da sua companheira confirmaram o amor forte que os unia: “A coisa mais maravilhosa que aconteceu na minha vida foi o meu amor por Frida”.
Grace Kelly e Rainier III: Conto de fadas sem final feliz
É impossível não pensar em Grace e Rainier quando falamos em grandes histórias de amor. O casamento mais marcante do século XX é ainda hoje visto por muitos como um conto de fadas que, como da vida real se trata, nem sempre viveu capítulos felizes.
A estrela de Hollywood dos anos 50, Grace Kelly, era apontada como uma das maiores atrizes do seu tempo. Estreou-se na Broadway, mas rapidamente saltou para o estrelato no grande ecrã, sendo a musa inspiradora do realizador Alfred Hitchcok. Vencedora de um Óscar, foi em 1955 que iniciou o papel mais desafiante da sua vida.
Durante o festival de cinema de Cannes, conheceu o Príncipe Rainier do Mónaco, apaixonando-se de imediato. Com apenas 26 anos, Grace abdicou da promissora carreira no cinema para se casar com o Rainier Grimaldi, numa cerimónia que decorreu na catedral do Mónaco, reunindo apenas amigos e familiares. No entanto, as cerimónias prolongaram-se por oito dias, num verdadeiro casamento de sonho, aberto a todos os cidadãos do principado. Dessa união, resultaram três filhos: Carolina, Alberto e Stephanie.
Longe do mundo artístico, Grace dedicou-se ao seu papel de mãe e princesa. Porém, amigos próximos davam conhecimento de que a ex-atriz não era feliz, sentindo falta do seu país e da sua carreira. Os rumores aumentavam e, para os combater, Rainier proibiu que os filmes da mulher fossem exibidos no Mónaco.
Apesar das intrigas que envolviam esta união, Grace e Rainier permaneceram juntos e, aparentemente, apaixonados. A confirmação do amor verdadeiro que os unia chegou após a trágica morte de Grace Kelly aos 52 anos, num acidente de automóvel.
Rainier nunca conseguiu superar a perda da sua esposa, não tendo voltado a casar.