Tirando o dia de hoje, hipocritamente celebrado por muitos, temos o resto do ano. O
resto do ano de muitos namorados é traduzido em frases como “estou focado/a em mim”. O eu, o meu corpo, a minha profissão. Focados no egoísmo quando uma relação é, sobretudo, partilha.
Neste dia, fazem gala de mostrar que são felizes, nem que seja por um dia, desconhece-se se para fazer inveja a terceiros, se também estarão focados nisso ou se para elas próprias acreditarem que podem ser pessoas normais.
É facto que o investimento no trabalho e na carreira é mais fácil quando se está soltinho. Pode-se ter competência e capacidade, mas não raras vezes isso não chega, e estar disponível para uns after hours pode ser a solução. Até parece que o mundo acaba amanhã. Porque amor e chapéus, há muitos!
Por isso não têm de se sacrificar por nada, nem por uma pessoa, nem por uma relação. O que interessa é que merecem tudo do melhor, e nunca estão sós, tem os amigos, os coloridos, para os dias em que dá jeito ou faz frio. Compensação da época moderna.
Pior são os que querem hoje e não querem amanha, ou mais logo. Bipolares que juntam os trapos, mas não querem perder oportunidades. Alguns até parecem casais embora andem as turras todos os dias do ano. Como facilmente se percebe isto é tudo o não se deve ser enquanto namorados e é tudo o que será esquecido por um dia, por umas horas, quem sabe por minutos, porque há sempre quem prefira não ver a sua realidade.
Namorar é uma coisa ter namorado pode ser outra… Restos só se for de um amor impossível.
Se houver outro mundo, levem-me para lá que é onde quero ser feliz.
Vou ali, arranjar namorada e tirar um apontamento. Até terça!
