Como em tantas outras historias de encantar, quando se esta em alta conta-se uma parte da historia e vive-se rodeado de amizades convenientes, mas quando se esta a descer conta-se a historia toda e a solidão é tomada de esbulho.
Nestas coisas já se sabe não há nada de borla, e quem é ambicioso o suficiente para escorregar numa banana, ficar na horizontal, a pedir subsídios a um agiota, numa ilusão de que nunca pagará o preço. Puro engano. De uma forma ou de outra irá pagar.
A memoria é curta e a vida dá as suas voltas, já se sabe, mas não é de amigo abandonar amigo quando se tem de ir prestar testemunho e dizer apenas a verdade.
Mesmo que a verdade não seja a do amigo e dizer o que se sabe seja mais prejudicial que ficar calado. De qualquer forma, mesmo não tendo de se constranger ninguém a fazer o que não quer, sempre uma justificação deve ser dada.
Amigo não é só para ir a festas quando este arranja os convites mais especiais, para as baladas mais in. Isso tem outro nome. Não tarda nada volta ás lides e tudo fica igual, que a memoria é curta e a necessidade abusada.
Ate porque raros são os que sobrevivem sem hipocrisia, sem passar por cima de tudo, sem ficar de bem com quem lhes pode dar mais. Podemos por isso sempre debater o significado da palavra amigo e o uso vulgar com que muitos a usam.
Entre marido e mulher ninguém deve meter a colher, diz-se, mas ás vezes são os próprios a pavonear-se quando tudo esta aparentemente bem.
Muitas vezes, procuram o que colhem, na ansia de chegar lá cima, atropelam etapas, vivem de favores, de trocas de interesses, porque a vida é para ser vivida e a inveja dos outros cultivada, esquecendo que sempre esbarram na lei do mais forte e no poder e do caracter do humano.
Sociedade esta do desligar, do impacto do culto da amizade que não inspira confiança.
Vou ali, tirar um apontamento, até terça!
