Novos dados mostram que a forma mais tradicional de cozinhar este alimento pode estar a fazer-nos mal à saúde. Em causa está o facto de o arroz ter uma alta concentração de arsénio, um elemento químico que traz riscos para a saúde como, por exemplo, problemas cardíacos e cancro.
Esta substância pode contaminar o arroz por causa do uso de toxinas e pesticidas, que permanecem no solo durante décadas. Como o cultivo deste grão envolve irrigação, acaba por absorver mais o arsénio do que outras culturas.
Um caso que prova o seu caráter venenoso ocorreu no Bangladesh, onde uma “epidemia” de cancro foi registada depois de várias pessoas terem bebido água contaminada.
Em declarações à BBC, Andy Meharg, professor de ciências biológicas da Universidade de Belfast, na Irlanda do Norte, e investigador do Instituto para a Segurança Alimentar Mundial, afirma que uma comparação que pode ser feita é com o tabaco.
“Se uma pessoa fumar dois cigarros por dia, corre menos riscos do que se fumar 30 ou 40. Trata-se da dependência da dose: quanto mais se come, maior é o risco“, explicou.
O investigador alerta que comer algumas porções por semana não coloca em risco a saúde de um adulto, mas pode ser perigoso para bebés e crianças, afetando o seu desenvolvimento.
“Sabemos que níveis baixos de arsénio afetam o desenvolvimento da imunidade, têm impacto no crescimento e no desenvolvimento do QI”, afirma Meharg.
A boa notícia é que há formas simples de evitar essa contaminação quando fazemos arroz.
Depois de uma série de experiências, o investigador concluiu que a melhor técnica é deixar o arroz em água durante a noite e, na altura de ser cozinhado, utilizar uma proporção de de cinco chávenas de água para uma chávena de arroz.
Quando comparada com a maneira mais tradicional de fazer arroz, ou seja, sem deixá-lo “de molho” e com uma proporção de duas chávenas de água para uma de arroz, esta técnica reduziu o nível de arsénio em 80%.
De acordo com Meharg, usar a proporção de cinco chávenas para uma (mesmo sem deixar o arroz de molho) também reduz os níveis de arsénio, mas não é tão eficaz como a primeira técnica.