Nos últimos três anos, pelo menos, a música da cerimónia foi transmitida ao vivo dos Capitol Studios para o Dolby Theatre através de cabos de fibra óptica. Este ano, a orquestra volta a tocar ao vivo no palco dos Óscares.
Serão 45 músicos sob a batuta do maestro Harold Wheeler.
“Quando comecei a fazer este espetáculo – o primeiro afro-americano a conduzi-lo – o maior sentimento foi quando um professor de música da Crenshaw High School me enviou um e-mail e disse: “Eu só quero que você saiba que um dos meus alunos veio na segunda-feira depois dos Óscares e disse: ‘Eu sei o que eu quero fazer agora, e eu vi isso ontem à noite. E eu não acho que estava disponível para mim’. Esse é o momento mais orgulhoso da minha vida”, contou o diretor musical da cerimónia.
Wheeler, que orquestrou ‘Hairspray’ na Broadway, já tinha conduzido a orquestra nos Emmys, People’s Choice Awards e Grammys. Mas é nos Óscares que tem mais trabalho.
Para começar só pode começar a pensar no evento depois de saber os nomeados, portanto um mês antes da cerimónia propriamente dita.
“Não podemos recriar a música até que saibamos quem são os indicados. Nós não sabemos quem são os apresentadores naquela altura e tentamos não usar música de anos diferentes”, explicou em entrevista à Academia.
A equipa musical é composta pelo maestro e três colegas, que têm muito trabalho em mãos.
“Isso inclui ir para os intervalos, sair dos anúncios, todas as entradas dos apresentadores e, é claro, todas as categorias. É uma tonelada de música”, resumiu, acrescentando que a adrenalina o invade “na terceira hora, porque é quando tu achas que estás quase em casa e estás propenso a cometer um erro”.
E as cinco músicas nomeadas para o Óscar são…
Auli’i Cravalho e Lin-Manuel Miranda (“How Far I’ll Go”, de “Moana”); Sting (“The Empty Chair”, de “Jim: The James Foley Story”); Justin Timberlake (“Can’t Stop the Feeling”, de “Trolls”); e John Legend (“City of stars” e “Audition”, de “La La Land”), um destes artistas irá sair de Los Angeles com uma estatueta dourada este domingo, depois de atuarem.
Isto depois de, em cerimónias passadas, se ter ‘despachado’ esta categoria. Mas agora os candidatos voltam todos a cantar no Dolby Theatre.
John Legend, por exemplo, não é quem canta as canções no musical, mas sim Ryan Gosling e Emma Stone. Só que os atores estão nomeados e não irão atuar.
Por isso, o intérprete de ‘All Of Me’ e compositor das músicas nomeadas de ‘La La Land’ irá assumir a tarefa de subir ao palco. “Estou animado para fazer parte desta produção”, disse Legend, durante o ensaio de sexta-feira, enquanto os dançarinos trabalhavam em torno dele, alguns deles com fios.
Lin-Manuel Miranda, mais conhecido pelo seu papel em ‘Hamilton’ e por ter criado aquele musical da Broadway com enorme sucesso sobre o fundador norte-americano, entrou no palco do Dolby Theater de Hollywood na tarde de sexta-feira, vestindo um capuz que dizia nas costas: “Rehearsal is the Best Part” (Ensaio é a melhor parte).
Já Sting e Justin Timberlake ensaiaram na quinta-feira os seus atos musicais.
Quanto ao número ‘In Memoriam’, dedicado às estrelas da sétima arte que já partiram, será protagonizado pela cantora Sara Bareilles.
“Os ‘In Memoriams’ foram sempre muito especiais. E temos muito cuidado com isso este ano, porque houve tantas perdas e tantas nos últimos dois meses antes de começarmos a organizar tudo”, adiantou o maestro Harold Wheeler.