A Doença Renal e a Obesidade é o tema da edição de 2017 da campanha internacional do World Kidney Day (Dia Mundial do Rim, 9 de março), que a Baxter apoia e através da qual pretende alertar para os riscos da obesidade e outros maus hábitos alimentares no desenvolvimento de doenças renais.
Com mais de 600 milhões de pessoas em todo mundo a sofrer de obesidade, esta é uma realidade que potencia fortemente a doença renal e que aumenta o risco de desenvolvimento dos principais riscos associados à insuficiência renal crónica, como a diabetes e a hipertensão. A hiperfiltração do rim, que acontece para satisfação das necessidades metabólicas em indivíduos com excesso de peso, provoca danos no órgão e faz aumentar 2 a 7 vezes o risco de doença renal a longo prazo.
Uma alimentação correta e equilibrada é especialmente importante em doentes com insuficiência renal crónica submetidos a tratamento de diálise. Realizar o tratamento a partir de casa facilita ao doente a exigente organização da sua dieta, que requer o controlo apertado de ingestão de calorias e hidratos de carbono e uma diminuição geral do consumo de sal, água, potássio e fósforo.
“A diálise em casa permite que o doente renal, a partir do conforto do seu lar, tenha acesso ao tratamento de forma segura. Através de uma plataforma de conectividade, os profissionais de saúde acompanham remotamente os seus doentes, fazendo os ajustes necessários a um tratamento personalizado. A possibilidade de o doente poder ficar em casa é um enorme contributo para a sua qualidade de vida, nomeadamente no que diz respeito a toda a organização e gestão da sua dieta”, explica Filipe Paias, Diretor-Geral da Baxter em Portugal.
Ana Vila Lobos, médica nefrologista e Diretora do Serviço de Nefrologia do Centro Hospitalar Médio Tejo, salienta que “qualquer doença crónica é um fator de instabilidade psicológica. Se o doente renal puder fazer uma vida o mais perto da normalidade, naturalmente que terá inúmeros benefícios físicos e morais. Manter a coesão familiar, poder responder aos desafios profissionais e dominar o seu próprio tratamento melhora a autoestima, cria responsabilidade e leva a um bom cumprimento terapêutico e das normas da dieta. Em suma, mantém uma melhor saúde global”.
“Naturalmente que o tratamento em casa permite maior atenção do doente às suas necessidades alimentares específicas, pois tem mais tempo para si. Quando se decide mais sobre o próprio tratamento, tornamo-nos mais responsáveis e, como tal, mais cuidadosos e cumpridores”, complementa Ana Vila Lobos.
A Insuficiência Renal Crónica caracteriza-se por uma incapacidade dos rins de proceder à eliminação de certos resíduos produzidos pelo organismo, ficando assim perturbado o controlo da composição dos líquidos que constituem o interior do corpo humano. Assim que se perde mais de 80% da função, não é possível viver sem um tratamento de substituição. O resultado da perda da função renal é visível através de sintomas como, por exemplo, o cansaço extremo, o inchaço das extremidades dos membros inferiores e superiores, a perda de apetite e cãibras musculares.
Existem dois tipos de opções terapêuticas: Transplante de Rim (substituição de um órgão doente por um órgão são) e Diálise (substituição da função renal através de meios artificiais). Portugal continua aquém do seu potencial de colheita e transplantação e há, em média, 130 órgãos, em especial rins, que não são aproveitados para transplantes, o que aumenta a importância do tratamento de diálise. Existindo atualmente cerca de 12 mil portugueses em tratamento de diálise, apenas 6% têm a possibilidade de o fazer em casa, uma percentagem muito abaixo da média europeia.