Prepara-se para viver pela primeira vez uma vilã, na próxima novela da SIC ‘Espelho d’Água’, enquanto na vida real enfrenta processos e polémicas com quem lhe deu a vida.
Luciana Abreu vai encontrar o pai, Luís Sodré Costa Real, no tribunal, na próxima semana, e fez “questão de falar” deste assunto – e da sua relação com a mãe, que expulsou de casa – com os jornalistas que estiveram presentes no lançamento do novo projeto da estação de Carnaxide.
“O meu pai entrou em contacto comigo, há pouco tempo, depois de ter saído na comunicação social que eu e a minha mãe não estaríamos a viver já na mesma casa, por coisas gravíssimas que eu descobri e que nunca irei tornar públicas porque é minha mãe”, começou por contar.
Descartando a possibilidade de chegar a acordo judicial ou de voltar a ter uma relação com o progenitor, a atriz recordou o episódio que faz de si arguida.
O caso remonta a 2007, quando a atriz foi convidada a discursar na Assembleia da República, numa tertúlia que se destinava a falar da Prevenção dos Maus tratos Infantis. Luís Costa Real entendeu que as declarações lhe eram dirigidas e processou a filha. “Quando dei o meu testemunho, nunca em momento algum – e está gravado, pode-se comprovar – nunca mencionei o nome ‘pai’, a palavra ‘pai’ ou o nome próprio do meu pai. O meu pai achou que eu estaria a falar dele”, adiantou.
“O meu pai será sempre o pai que colocou duas queixas sobre a filha, uma queixa cível a exigir 40 mil euros e uma queixa crime. E pronto, falo com o meu pai porque eu sou uma pessoa justa, não gosto de julgar os outros e senti necessidade de ir à procura, de investigar e tentar perceber o outro lado. Perceber o que se passou e descobrir o que me ocultaram e o porquê. É claro que cada um tem a sua versão”, confessou Luciana, acrescentando que faz “questão” de se sentar no banco do tribunal.
“A única coisa que eu tentei até hoje foi proteger a minha família, não expor a nossa vida, a nossa triste vida, infelizmente. Vou a tribunal. Lamento é um dia mais tarde as minhas filhas lerem e saberem que eu fui obrigada a expor tudo aquilo que passei, do qual eu senti vergonha durante muitos anos e medo de dizer”, sublinhou, lembrando depois o relacionamento inexistente que mantém com a mãe Ludovina e que o ex-marido Djaló tem com as filhas Lyonce e Lyannii.
“Lamento a ausência total da minha mãe, não procura as netas, não me procura. As minhas filhas, infelizmente, como eu, não controlam os fatores externos. O pai [Djaló] está em Portugal, podia estar com elas muitas mais vezes, mas procura-as muito raramente. Tem a porta de minha casa aberta, como sempre teve. Não sei se tem algum problema de lá entrar, não sei o que é que poderá ser”, desabafou a artista.
Apesar de tudo, Lucy continua a sentir-se uma “mulher com garra, madura e sexy”. Ainda que o seu papel de vilã a esteja a deixar como “um peixe fora de água”, conta ultrapassar tudo “com a ajuda do tempo, do trabalho da boa-disposição” e naturalmente com o talento que lhe é reconhecido.