Moda

Luís Onofre aposta no calçado “monumental” para a estação fria

Entre a solidez românica das abóbadas medievais e a liberdade progressiva do punk dos anos 70, há uma inesperada unidade artística onde todos os excessos se unem. No próximo outono/inverno, os sapatos femininos de Luís Onofre relembram a monumentalidade das catedrais e os masculinos inspiram-se na ousadia do rock.

Os looks são trabalhados com a consistência de uma coluna em pedra, os saltos solidificam-se e ganham protagonismo. Em metal ou pedras Swarovski Black Diamond, engrossam e são o suporte de modelos que podem assumir formatos mais bicudos ou arredondados.

As botas de montar regressam como um clássico renovado, cujas solas e canos incorporam pedras e metais que se complementam com canelados nas laterais. Correntes, tachas e outros acessórios metálicos surgem replicados dos anos 70 e desafiam a gravidade. O efeito modelador da Lycra traz feminilidade em botins e botas acima do joelho.

A robustez da coleção exige na sua base a força do antic preto e do dark denim que se suavizam no contraste com tons mais claros como o rosa velho, nude escuro, petróleo claro, o castanho e o mel. Bordados coloridos completam a paleta.

O conforto do inverno permite trabalhar favoritos como pele de camurça e o croco, mas é a novidade de pele genuína com acabamento flock, semelhante a veludo, que está em destaque.

Forte mas delicada, esta coleção de Luís Onofre – apresentada no Portugal Fashion, esta sexta-feira, na Alfândega do Porto – tem na dualidade a sua energia. Todos os excessos se reúnem para construir sapatos que desafiam fronteiras.