Hoje, 14 de março, assinala-se o Dia Internacional da Incontinência Urinária. Um problema que afeta homens e mulheres.
Veja-se a bexiga hiperativa. Atinge cerca de 1,7 milhões de portugueses com mais de 40 anos, ambos os sexos e tem um grande impacto na qualidade de vida dos doentes.
Metade dos doentes com bexiga hiperativa experiencia uma redução significativa da qualidade de vida. O que nem sempre é compreendida como sendo uma doença.
A bexiga hiperativa consiste numa contração ou aperto involuntário e repentino do músculo da parede da bexiga, mesmo quando esta contém um volume reduzido de urina. A bexiga trabalha excessivamente, contraindo-se com maior frequência do que o habitual e em alturas inapropriadas.
O músculo parece transmitir mensagens erradas ao cérebro, dando a sensação de que a bexiga está mais cheia do que realmente está. As contrações involuntárias criam uma necessidade urgente de urinar, diminuindo o controlo que a pessoa tem sobre a sua bexiga e dão origem aos sintomas associados à doença: necessidade urgente de urinar, necessidade frequente de ir à casa de banho (oito ou mais vezes por dia, ou uma ou mais vezes por noite) e, em alguns casos, perdas acidentais de urina, por não se conseguir chegar a tempo à casa de banho.
A doença condiciona muito a vida social, sexual e familiar dos doentes. Muitas pessoas evitam as relações sexuais, pois têm vergonha dos cheiros resultantes das perdas involuntárias de urina, não vão a locais sem casa de banho e não fazem saídas longas.
Com o intuito de alertar para o impacto da bexiga hiperativa na vida dos doentes, que pela urgência involuntária e imperiosa de urinar acabam por alterar a sua agenda diária em prol desta patologia, foi lançada em Portugal uma campanha de sensibilização – “Na bexiga mando eu” – com uma plataforma online que vem colmatar a falta de informação que existe sobre esta doença, bem como alertar a população para os sintomas com o intuito de reduzir o subdiagnóstico da doença.
A campanha quer mostrar que é possível controlar a bexiga, antes que a bexiga controle a vida dos doentes. O portal é dedicado a esta patologia, dirigido a doentes, familiares e todas as pessoas que sejam afetadas direta ou indiretamente por esta doença que é um dos problemas de saúde mais comuns por todo o mundo.
Durante o mês de março vão decorrer diversas iniciativas sobre a campanha em vários pontos do país.
Outros dados sobre a doença:
- Em Portugal, num estudo realizado pela Faculdade de Medicina do Porto, cerca de 30% da população referiu sintomas indicativos de bexiga hiperativa, pelo que a prevalência desta patologia poderá estar acima da média europeia (17%);
- Cerca de 20 a 30 por cento das mulheres podem vir a ser afetadas pelo problema de bexiga hiperativa em alguma fase da sua vida;
- Como a prevalência aumenta com a idade, prevê-se um aumento da doença nos próximos anos acompanhando o envelhecimento das populações. Projetam-se cerca de 25,5 milhões de pessoas afetadas pela doença em 2050 em 5 países europeus (Alemanha, Itália, Suécia, Espanha e Reino Unido).