Afonso Dias, condenado em março de 2013 a três anos de prisão pelo rapto de Rui Pedro (menino de Lousada desaparecido em 1998), foi libertado ao início da tarde desta quarta-feira. O arguido cumpriu um terço da pena e saiu, em liberdade condicional, da cadeia de Guimarães.
Quem não recebeu bem esta notícia foi a família do menino. Manuel Mendonça, pai de Rui Pedro, falou esta quinta-feira em direto no programa ‘Grandes Manhãs’ da SIC. Visivelmente indignado com a libertação do único suspeito no desaparecimento do filho, não poupou o motorista.
“Acho estranho porque o Afonso era um indivíduo de pouca higiene e nesse dia tomou dois banhos”, disse na entrevista, referindo-se a 4 de março de 1998, dia em que o filho desapareceu, e no qual Afonso Dias terá sido a última pessoa a vê-lo.
“Um dia vai ter que falar. Vai ter que se arranjar maneira de ele explicar a nós, à PJ, a Lousada, o que aconteceu naquele dia”, referiu Manuel Mendonça.
Segundo salientou, a família da criança – que se estiver viva terá 30 anos – não tem nenhuma teoria sobre o paradeiro ou o destino de Rui Pedro.
“Não sabemos o que aconteceu. Não sei se ficarei melhor ou pior quando souber. Quando ele aparecer, e se aparecer vivo ou morto, é que posso dizer como é. Hoje é um homem com 30 anos. Temos que nos adaptar ao Pedro que nos aparecer. Se aparecer morto também temos de nos adaptar ao Pedro morto”, disse, depositando esperanças no trabalho “desta equipa da Judiciária”.
Quanto ao dia-a-dia, confessou que a “a família vai vivendo. Eu no trabalho, a minha mulher nos livros e nos hospitais e a Carina, de 27 anos, na vida dela, é médica, tem de lutar pela vida. Não esquece o irmão, mas temos de lutar. A Filomena só vive em função do que pode acontecer ao Pedro. É uma mulher doente”.