“É fundamental que não se verifique uma corrida às farmácias à procura da vacina”, disse o director-geral da Saúde, Francisco George, respondendo assim ao alarme que se está a criar entre a população por causa do surto de hepatite A.
O vírus, que causa uma infecção aguda do fígado mas não é tão grave quanto a hepatite B e C, terá entrado na Europa através de dois homens oriundos de Taiwan e da América Latina. O surto começou num festival de Verão em Amesterdão, na Holanda, e já atinge 13 países europeus, tendo infetado 120 portugueses, a maioria homens, segundo a Direcção-Geral da Saúde. Cerca de metade está internada em hospitais de Lisboa e de Coimbra.
Francisco George diz que estamos perante um problema novo e os distribuidores não estavam avisados para a situação, explicando que o stock de vacinas que existe tem de ser utilizado de forma criteriosa. “Em Portugal há vacinas para quem precisa delas, mas é preciso um critério de distribuição”, sendo que a vacina é prescrita pelo médico de família, só pode ser vendida com receita médica e visa proteger os familiares dos doentes. São depois as farmácias que fazem o pedido diretamente às empresas fabricantes quando recebem a receita.
“Os médicos é que devem prescrever as receitas para a utilização da vacina. Há ainda outros medicamentos que podem ser utilizados, com igual eficácia”, salienta.
Esta quarta-feira à noite o Infarmed esteve reunido com as empresas fornecedores da vacina da Hepatite A para resolver os problemas na distribuição da vacina que tem tido uma procura repentina depois das notícias de um surto que já afetou mais de uma centena de doentes.
A Direcção-Geral da Saúde recomenda que os familiares dos doentes sejam vacinados, mas há poucas vacinas no mercado porque até há pouco tempo a procura era reduzida. Mas pede calma à população.