O estudo foi divulgado este sábado, 25 de março, e mostra que homens que não tinham ereções após retirar a próstata conseguiram manter relações sexuais recorrendo a um tratamento com células estaminais.
Em oito de 21 homens tratados foi possível reparar a disfunção erétil, segundo apontam os resultados preliminares “promissores” da investigação realizada pela equipe de Martha Haahr, do Hospital Universitário de Odense (Dinamarca), que será apresentado no Congresso da Associação Europeia de Urologia, em Londres.
Os investigadores utilizaram células estaminais retiradas da gordura abdominal dos pacientes por lipoaspiração para injetar no pénis e, seis meses após o procedimento, oito pacientes recuperaram função erétil suficiente para ter atividade sexual, o que foi mantido durante um ano de observação.
Nenhum dos 21 pacientes relatou efeitos colaterais significativos durante o período do procedimento e no ano seguinte. Segundo Martha Haahr, “é a primeira vez que a terapia com células estaminais permite a pacientes recuperar uma função erétil suficiente para ter relações sexuais”.
Os resultados deste teste clínico de fase 1, destinado num primeiro momento a verificar a segurança do método, sugere a possibilidade de se tratar pacientes que sofrem disfunção erétil por outras causas, como diabetes, destacam os investigadores. “Mas trata-se de um teste limitado, sem um grupo-controle”, acrescentou Haahr.
A equipa recebeu autorização das autoridades dinamarquesas para passar diretamente a testes de fase 3 e avaliar a eficácia do método num maior número de pacientes operados ao cancro de próstata, disse Lars Lund, do Hospital Universitário de Odense, que participou do trabalho apresentado em Londres.
O teste autorizado envolve somente pacientes com incontinência urinária e será comparativo. A incontinência urinária é um dos riscos da retirada total da próstata.