O escândalo rebentou esta sexta-feira (31), no Brasil, e obrigou o ator, de 67 anos, a reagir prontamente.
“Respeito muito as mulheres, os meus colegas e o meu ambiente de trabalho e peço a todos que não misturem ficção com realidade. As palavras e atitudes que me atribuíram são próprias do machismo e da misoginia do personagem Tião Bezerra (n.d.r.: a quem dá vida na novela ‘A Lei do Amor’), não são minhas! Nestes 49 anos a trabalhar como ator sempre procurei e encontrei respeito e confiança em todos os que trabalham comigo”, defendeu-se José Mayer, à ‘Folha de S. Paulo’.
O facto de não ter negado perentoriamente as acusações de assédio sexual, que lhe foram feitas algumas horas antes, está a deixar o Brasil na dúvida quanto à sua inocência e são muitos os que pedem para que seja criminalmente julgado, isto é, pelos meios próprios e não no ‘tribunal da internet’.
A polémica estalou quando Susllem Meneguzzi Tonani, ex-figurinista da referida telenovela da Globo, relatou ao mesmo jornal que ouviu o ator, todos os pormenores que a fizeram tornar pública esta delicada situação.
Segundo a alegada vítima, de 28 anos, o assédio de Mayer começou de forma “simples”, com este a dirigir-lhe alguns elogios: “Como você é bonita, como sua cintura é fina”. As investidas seguintes do ator, alguns tempos volvidos, já foram mais condenáveis: “Fico olhando a sua ‘bundinha’ e imaginando o seu peitinho. Você nunca vai dar para mim?”.
Toda esta situação, segundo a acusação da figurinista, prolongou-se por oito meses e culminou em fevereiro deste ano, quando Mayer terá passado das palavras aos atos e… com plateia. “Em fevereiro de 2017, dentro do camarim, na presença de outras duas mulheres, esse ator, branco, rico, de 67 anos, que fez fama como garanhão, colocou a mão esquerda na minha genitália. Sim, ele colocou a mão na minha b***ta e ainda disse que esse era seu desejo antigo. Elas? Elas, que poderiam ser eu, não ficaram constrangidas. Chegaram até a rir de sua ‘piada'”, relatou a vítima.
A Globo, de resto, também já reagiu a este escândalo, num comunicado em que “repudia toda e qualquer forma de desrespeito, violência ou preconceito.” Lá pode ler-se também que “todas as questões são apuradas com rigor, ouvidos todos os envolvidos, em busca da verdade. Desta forma e tendo o respeito como um valor inegociável da empresa, esse assunto foi apurado e as medidas necessárias estão sendo tomadas. A Globo não comenta assuntos internos.”