O cancro oral é o sexto cancro mais comum em todo o mundo. Em Portugal são diagnosticados, anualmente, cerca de 1500 novos casos de cancro oral. Estes tumores são mais frequentes nos homens e com idade superior a 45 anos.
Dado que se assinala hoje o Dia Mundial da Voz (16 de abril), há que ter em atenção tudo o que a possa prejudicar.
Este tipo de tumor maligno afeta qualquer tecido da cavidade oral (dos lábios à faringe, incluindo a gengiva, o palato ou as amígdalas), sendo a sua localização mais comum no pavimento da boca e na língua.
“Estes carcinomas podem manifestar-se como uma mancha, geralmente branca ou avermelhada, uma massa endurecida ou uma ferida persistente que não cicatriza, sendo maioritariamente assintomáticos na fase inicial, tornando-se progressivamente dolorosos”, lembra João Caramês, diretor do Instituto Implantologia.
Quando uma lesão suspeita é observada poderá ser aconselhada a biopsia da mesma, permitindo a obtenção de um diagnóstico histológico concreto.
“Outros sintomas incluem a dificuldade em engolir, alterações na sensibilidade e nódulos linfáticos aumentados no pescoço”, acrescenta.
A adoção de um estilo de vida saudável, que permita a redução dos fatores de risco é o principal método de prevenção do cancro oral. O tabagismo e o consumo de álcool estão entre as principais causas do desenvolvimento do cancro oral.
“O médico dentista, pelo contacto regular com os seus pacientes, encontra-se numa posição privilegiada para contribuir para a prevenção e diagnóstico precoce destes tumores malignos”, adianta o também Professor Catedrático na Universidade de Lisboa.
A grande maioria dos casos de cancro oral pode ser diagnosticada numa fase muito precoce, melhorando significativamente o prognóstico da doença. Nos estádios mais avançados de cancro oral, as taxas de mortalidade ultrapassam os 60%, mas quando diagnosticado precocemente, a percentagem de sobrevivência ao fim de 5 anos pode atingir os 90%.