São 21 casos confirmados e 5 em investigação. O balanço feito esta terça-feira já aumentou em relação ao último, depois de o Instituto Ricardo Jorge ter confirmado mais seis doentes.
Portugal enfrenta uma “epidemia de sarampo, com mais casos do que os que eram esperados”, garantiu o diretor geral de Saúde (DGS), Francisco George.
Na maioria são crianças e todos eles portugueses (não importados). “Mas não vamos temer uma epidemia de grande escala. A maioria da população está protegida com a vacina”, afirmou Francisco George, aos jornalistas.
O único caso de “perigo de vida” é o de uma jovem de 17 anos que foi contagiada no hospital de Cascais por um bebé de 13 meses não vacinado, e que está agora a ser acompanhada no hospital D.Estefânia, em Lisboa, em quarto isolado.
Francisco George já lançou o debate sobre a “obrigação moral de os pais vacinarem os filhos” e defendeu até que aqueles que não o fazem sejam penalizados.
“A decisão dos pais em não vacinar as crianças põe em risco a vida das crianças”, sublinhou. A primeira toma da vacina do sarampo deve ser aos 12 meses e garante logo 95% de imunidade, a segunda deve ocorrer aos cinco anos, afirmou o diretor geral de Saúde.
No entanto, o responsável da DGS não vai recomendar que o plano nacional de vacinação se torne obrigatório “porque essa é uma questão política, de direitos, liberdades e garantias” mas entende que deve haver debate. “É preciso perceber se os direitos em termos de garantias individuais, de liberdade, se sobrepõem ao interesse coletivo. É uma questão que tem de ser debatida. Aliás, já foi, no passado, nas nunca se resolve”.
Dos casos de sarampo confirmados ontem, segunda-feira, sete surgiram no Algarve e seis tiveram origem em Cascais (cinco funcionários do hospital de Cascais- dois deles médicos – e a jovem de 17 anos internada em estado grave em Lisboa). O foco de contágio em Cascais foi o bebé de 13 meses.
Em casos graves o sarampo pode provocar problemas respiratórios e neurológicos. “Está a ser estudada a ligação dos surtos do Algarve e Cascais. Mas há bolsas de cidadãos estrangeiros que permitem a circulação do vírus” no país, lembrou, por sua vez, Francisco George.