Os resultados de um estudo do Instituto Karolinska em Estocolmo, na Suécia, indicam que peso a mais no primeiro trimestre de gravidez pode afetar o recém-nascido com lesões cerebrais ou até epilepsia. Este risco aumenta conforme o aumento de peso da mãe.
O estudo teve como base dados de mais de 1 milhão de crianças de nacionalidade sueca e os investigadores concluíram que “o risco de epilepsia aumentou 11% em crianças de mães com excesso de peso”, verificando ainda que, em 1,4 milhões de crianças nascidas entre 1997 e 2011, mais de 7 mil foram diagnosticadas com a doença.
Os perigos são maiores durante a fase inicial de gestação. Nos casos analisados, o risco cresce quando a mãe apresenta um índice de massa corporal (IMC) compreendido entre 25 e 30. Este índice calcula-se dividindo o peso (em quilogramas) pela altura (em centímetros) elevada ao quadrado. No caso das mulheres consideradas obesas (com um IMC entre 30 e 35), viram o risco ascender a 20% em terem um filho diagnosticado com epilepsia. No caso de mães com obesidade mórbida, a percentagem corresponde a 82%. O estudo traça apenas a relação da epilepsia na criança com o excesso de peso da mãe, tendo excluindo outras possíveis causas, como fatores genéticos e ambientais.
O risco de lesão cerebral do bebé foi simultaneamente alvo de estudo. Os cientistas acreditam que peso a mais pode também conduzir a uma lesão cerebral, afetando o normal desenvolvimento da criança.
A investigação, direcionada para doenças neurológicas, vai ao encontro de outras que apontam o excesso de peso como fatores altamente modificáveis e que, por isso, a prevenção pode ser uma importante estratégia de saúde pública.