Quem nunca falou mal de alguém? Pois. Praticamente todos já coscuvilhamos, pelo menos uma vez na vida. Se bem que há umas pessoas mais dadas ao mexerico do que outras.
A New York Magazine (NYM) divulgou uma nova teoria, veiculada por Yuval Harari no seu livro ‘Sapiens: A Brief History of Humankind’. Aparentemente, a coscuvilhice é essencial à sobrevivência da espécie.
De acordo com o autor, o conhecimento individual não é suficiente para a sobrevivência de um grupo, é necessário haver conhecimento sobre os restantes elementos do mesmo.
“A cooperação social é uma peça-chave da sobrevivência e da reprodução. Não chega que um homem ou uma mulher saiba o paradeiro de um leão ou de um bisonte. É muito mais importante que saibam quem odeia quem no grupo, quem anda a dormir com quem, quem é honesto e quem é traidor”, sustenta Harari.
Estas informação terão, de acordo com o autor, permitido que os primórdios da humanidade não só sobrevivessem mas também que expandissem as suas tribos. Porque este tipo de informação permitiu que os humanos forjassem amizades e hierarquias o que, consequentemente, leva à criação de uma ordem social e de uma cooperação que separa os humanos do resto do reino animal.
Sendo esta característica tão vital, determina-se que o nosso cérebro esteja já estruturado para nos ajudar a aperfeiçoar esta técnica.
Um outro estudo, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, identifica essa parte do cérebro como ATL (anterior temporal lobe), onde é reunida toda a informação social. “O ATL tem um papel importante na memória de informação biográfica sobre uma pessoa”, explica um dos autores do estudo.
De acordo com a NYM, a coscuvilhice é uma parte intrínseca do ser humano. Faz das pessoas uma espécie altamente participativa com estruturas sociais complexas. Qualquer negócio ou comunidade funciona muito melhor se toda a gente souber quem é quem.