Atualidade

Jogo online ‘Baleia Azul’ abordado em novela e série

É o assunto do momento e por isso ninguém tem ficado indiferente à ‘Baleia Azul’, o jogo online que consiste em levar adolescentes e jovens a cumprir 50 desafios que incluem automutilação e que culmina com o suicídio. Esta criação já valeu a detenção do jovem russo, autor da ideia, em novembro do ano passado mas só agora está a chegar a Portugal.

A ‘Baleia Azul’ veio para o nosso país através do Brasil (devido à proximidade linguística), onde terão sido comunicadas dezenas de ocorrências por lesões corporais e suicídios associados ao jogo. O ministro da Justiça brasileiro, Osmar Serraglio, determinou esta semana que a Polícia Federal investigue este jogo virtual.

E a autora Glória Perez já anunciou que irá incluir o tema na sua nova novela da noite, ‘A Força do Querer’, que estreou a 3 de abril na Rede Globo no país irmão.

“Sim, o jogo da baleia azul vai estar em #aforçadoquerer , e que mais uma vez a novela consiga esclarecer e alertar as pessoas!”, informou Glória Perez na sua página de Instagram.

Segundo o site ‘Globo’, Perez vai tentar explicar de forma subtil como o desafio funciona e, sobretudo, como este “pode destruir uma família”.

Depois da sua publicação, milhares de brasileiros aplaudiram a ideia, por estarem assustados com as proporções deste jogo, e acreditam que a personagem da novela que irá aderir ao ‘Baleia Azul’ será ‘Ivana’ (da estreante Carol Duarte), por viver num conflito interno já que pretende mudar de sexo e vive numa família muito tradicional.

O episódio ainda não foi para o ar no Brasil, mas tendo em conta que a trama será exibida pela SIC entre maio e junho, como substituta de ‘A Lei do Amor’, os portugueses também o poderão ver.

A ‘Baleia Azul’ também tem sido referida, ainda que de forma menos óbvia, na série ‘Por Treze Razões’ (’13 Reasons Why’), da Netflix. A cantora Selena Gomez é produtora executiva deste filme que aborda o bullying e o suicídio. Inspirada no bestseller de Jay Asher, conta a história de um adolescente que um dia, ao voltar para casa, depois da escola, encontra à sua porta uma misteriosa caixa com o seu nome escrito.

Voltando à realidade, a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime da Polícia Judiciária está já a investigar os casos associados a este jogo. A Polícia de Segurança Pública, tal como os psicólogos, aconselham os pais a estarem atentos ao comportamento dos filhos e vigiarem a sua utilização das redes sociais.

Já agora, este é o método usado para cativar os jovens para o jogo: recebe-se uma mensagem telefónica, normalmente por WhatsApp, não identificada. Vem de alguém que se intitula um curador ou administrador. No total são 50 ordens, que devem ser seguidas, uma por dia. Quem não consegue escapar ao jogo, tem de enviar vídeos e fotografias, dando prova do cumprimento dos passos determinados.

O objetivo é que, através destes passos, os jovens, pressionados pelo medo, não se consigam afastar do jogo. Começa por exigir que com uma navalha se escreva na própria mão um código (F57), depois, passa pelo visionamento de filmes de terror, sempre de madrugada, e repetidas indicações para que os jovens se automutilem. O último passo, de número 50, exigirá de forma clara: “acaba com a tua vida.” A título de curiosidade, o nome do jogo é ‘Baleia Azul’ por causa das tendências suicidas daquele animal (que alguns biólogos dizem ser mito).

A pensar no combate à ‘Baleia Azul’, um designer e uma publicitária brasileiros criaram a ‘Baleia Rosa’ que incentiva a praticar boas ações e a abraçar a vida e o bem-estar (nosso e dos outros).

Fotos: Instagram e Rede Globo/Divulgação