Nome incontornável da música portuguesa, Dulce Pontes está de volta com um novo álbum. ‘Peregrinação’ é o título deste trabalho que foi editado no último dia do passado mês de fevereiro e apresentado logo de seguida, em março, no Teatro Tivoli, em Lisboa.
Trata-se de um duplo CD, sendo que o primeiro deles dá pelo nome de ‘Nudez’ e é cantado em português, enquanto o segundo, ‘Puertos de Abrigo’ de seu nome, maioritariamente em castelhano. Dulce Pontes também assina os arranjos musicais, mas é a sua versatilidade vocal, em duas línguas distintas, que marca a diferença.
‘Peregrinação’ surge onze anos depois do último álbum de originais, ‘O Coração Tem Três Portas’, e oito desde a coletânea ‘Momentos’. Neste mais recente trabalho, a cantora, letrista e compositora apresenta temas inéditos da sua autoria, mas também recriações do repertório de Amália Rodrigues e José Afonso.
No total, este trabalho levou dois anos até ficar concluído e conta com vinte e duas canções que são um espelho da sua intérprete. A prova disso está nesta atuação que lhe deixamos para ouvir, no tema ‘Alfama’ de Amália Rodrigues.
E, por falar em Amália Rodrigues, é precisamente pela saudosa fadista que prosseguimos com as nossas sugestões musicais para este semana.
O nome dispensa apresentações e são já quase 18 anos que levamos sem a presença física daquela que foi aclamada como a ‘Voz’ de Portugal. Quanto ao álbum ‘Amália Rodrigues – A Una Terra Che Amo – em Itália’ é um triplo CD que chegará às lojas na próxima sexta-feira, 7 de abril.
“Esta edição vem colmatar uma lacuna muito grande, revelando dois LP que Amália gravou, na década de 1970, em Itália, e que nunca conheceram edição portuguesa, um com folclore italiano, ‘A Una Terra che Amo’ [gravado em estúdio em 1973], e outro gravado ao vivo em Roma, [‘Amalia in Teatro’, em 1976], e que demonstra o êxito que Amália teve em Itália, que foi mesmo uma loucura”, apresentou o investigador Frederico Santiago, responsável por anteriores edições da fadista.
Este trabalho, diga-se, inclui ainda gravações que Amália fez em Portugal, entre 1967 e 1971, e que foram encontradas nos estúdios Valentim de Carvalho, onde se mantinham no âmbito de um projeto de documentário realizado por Augusto Cabrita.
De todo um alargado leque de canções de Amália que pode ouvir neste trabalho, é o tema ‘Vitti´na Crozza’ que lhe deixamos aqui para matar saudades da fadista que cantava, entre outras coisas, precisamente a… saudade.
Saímos do panorama musical português para terminar as nossas sugestões da semana e encontramos a banda que é considerada como “um dos tesouros musicais de Londres, pois toca a melhor música balcânica e klezmer da Grã-Bretanha”.
Estamos a falar de ‘She’Koyokh’, cujo o mais recente trabalho, o quarto desde a sua formação, dá pelo nome de ‘First Dance On Second Avenue’ e está repleto de velocidade sonora, exigindo uma boa condição física a quem o ouve, pois não vai conseguir fazê-lo parado.
Quanto à música em si, essa é de cariz tradicional e tem origem na Europa Oriental, os Balcãs e a Turquia. Aqui fica claro a pluralidade que pode encontrar neste trabalho.
‘First Dance On Second Avenue’ permite-nos viajar no tempo e nele encontrámos danças balcãs virtuosas e canções soul da Albânia, Arménia e Bulgária, que nos deixa numa verdadeira sauna turca. Mas melhor do que falar, só mesmo ouvir.
‘Kćeri Moja’ é um espelho de todo o álbum, uma canção onde o foco incide sobre os diversos instrumentos que a compõem, bem como nas vozes arrebatadoras.