Nem precisa de estar a dormir. Pode acontecer mesmo acordado. O movimento involuntário de ranger ou apertar os dentes, que acontece com a pessoa acordada ou a dormir, é chamado de bruxismo, e pode resultar até em dentes partidos pela pressão feita na mandíbula.
Apesar de se manifestar nos dentes, o problema não está ligado à anatomia da boca ou da arcada dentária, e sim ao cérebro e a fatores emocionais. E atinge cerca de 8% da população.
O distúrbio não tem cura, mas os tratamentos paliativos, que incluem até a aplicação de botox (já lá vamos), podem reduzir os seus sintomas.
Há dois tipos de bruxismo: o do sono e o da vigília. Quem range ou aperta os dentes pode ter um desgaste anormal deles e ficar com a língua e as bochechas marcadas.
O fator principal para o bruxismo noturno é a excitação do sono por vários neurotransmissores no sistema nervoso central. Dores na face e no pescoço, travamento da mandíbula, dores de cabeça provocadas por tensão são outros sintomas. Pode haver ainda dores e zumbido no ouvido, dificuldade, cansaço ou estalos ao mastigar alimentos mais duros.
Os sintomas do bruxismo do sono e da vigília são semelhantes, apesar da pressão da mordida tender a ser menor intensa quando a pessoa está acordada. No entanto, apertar os dentes enquanto está acordado está mais associado a um hábito que a problemas neurológicos.
Pode também estar ligado a fatores emocionais e provocam tensão, como ansiedade e stress.
No bruxismo da vigília é mais comum que a pessoa aperte os dentes. Já com a pessoa a dormir, tanto o apertar quanto o ranger dos dentes são frequentes – e com mais força – para quem tem o problema.
Para quem tem o distúrbio, cafeína, álcool, chocolate e drogas que deixam a pessoa mais agitada podem intensificar os sintomas do problema.
Não há medicamento que possibilite interromper os sintomas do bruxismo e não há “cura” para o problema. Assim, as atenções do dentista são para atenuar as consequências nos dentes e evitar lesões.
Quando o bruxismo ocorre com a pessoa acordada, o foco principal é o aconselhamento. A ideia é que a pessoa possa identificar os momentos em que aperta ou range os dentes e consiga evitar.
Quando o bruxismo ocorre durante o sono, é indicado o uso de uma placa de resina acrílica (também conhecida por: goteira) na boca, encaixada entre os dentes, para evitar desgaste e fraturas. O objetivo principal da placa é proteger os dentes.
O tratamento com a placa de acrílico, que é paliativo, pode ser complementado com outros que busquem atuar nas causas do bruxismo, como por exemplo técnicas de meditação e relaxamento, hipnoterapia, controle do stress ou atendimento psicológico.
Um outro tipo de tratamento coadjuvante do bruxismo é o uso da toxina botulínica, o botox. Este minimiza os sintomas, reduz a intensidade das contrações musculares, contudo os especialistas dizem que há ainda poucos estudos sobre essa técnica. Algumas pesquisas indicam mesmo que o tratamento com botox pode causar efeitos adversos, como deixar marcas na face ou afetar a estrutura dos ossos.